Nos últimos anos, a discussão sobre modelos de trabalho flexíveis tem ganhado cada vez mais relevância. Empresas ao redor do mundo passaram a repensar suas políticas e a buscar soluções que equilibrassem produtividade e qualidade de vida dos colaboradores. A Mondelēz, uma das líderes globais do setor alimentício, está na vanguarda desse movimento. A companhia tem apostado em uma cultura de confiança e flexibilidade que se fortaleceu ainda mais após a pandemia.
De acordo com Ana Costa, diretora de Recursos Humanos da Mondelēz, flexibilidade do trabalho se tornou um pilar essencial da organização e um diferencial competitivo na atração e retenção de talentos. Além disso, não é uma novidade para a empresa. “Sempre ouvimos muito os desejos dos nossos colaboradores. Mesmo antes da pandemia, já adotávamos o trabalho remoto, então essa flexibilidade vem de antes”, afirma.
A pandemia, no entanto, acelerou o processo de revisão de práticas e políticas. Ana reforça que a busca foi por um contrato de confiança e respeito, e isso fez com que a flexibilidade fosse algo muito importante para a empresa. Mais do que permitir que os colaboradores trabalhem de casa, a Mondelēz adotou um modelo de flexibilidade abrangente, que inclui diferentes iniciativas para garantir qualidade de vida e bem-estar. “Buscamos nos adaptar às diferentes necessidades das pessoas”, frisa.
Diferenciais da flexibilidade na Mondelēz

Uma das principais iniciativas implementadas pela companhia é o “sexta flex“. Após o almoço de sexta-feira, os funcionários têm liberdade para escolher se querem continuar conectados ou não, dependendo da demanda da semana. Não são agendadas reuniões nesse período para que os colaboradores possam se dedicar a atividades pessoais ou ajustar sua jornada de trabalho.
Essa iniciativa surgiu a partir de uma pesquisa interna, na qual os próprios colaboradores indicaram que a flexibilização faria diferença no seu bem-estar e engajamento. “Os resultados das nossas pesquisas internas, e também de estudos internacionais, mostram que a flexibilidade é um dos nossos principais diferenciais. Ela faz com que as pessoas escolham estar aqui”, destaca a executiva.
Com a evolução do mercado de trabalho e a busca dos profissionais por mais autonomia, a flexibilidade se tornou um fator decisivo para a escolha de uma empresa. “Sabemos que a flexibilidade acaba sendo uma das escolhas para estar ou não em uma organização. Os próprios candidatos buscam saber sobre. Nossa área de Aquisição de Talentos percebe que essa é uma das primeiras perguntas dos candidatos: qual o nível de flexibilidade que a empresa oferece?”, relata Ana. “Por isso, seguimos no caminho de manter e ampliar nossa flexibilidade, sem retroceder ao modelo pré-pandemia”.
Além disso, a executiva reforça ainda que a companhia entende que equilibrar vida profissional e pessoal é fundamental para garantir a qualidade de vida. Desde então, essa flexibilidade foi ampliada. No início, era mais focada no trabalho remoto, mas depois foi expandida para outras práticas. “Hoje, reconhecemos com flexibilidade como um dos nossos grandes diferenciais e temos orgulho de dizer que somos uma empresa com cultura flexível. Esse modelo impacta diretamente a nossa cultura organizacional, além de ser um fator-chave na retenção e atração de talentos”, frisa.
Colaboração e conexão em um ambiente híbrido
Com fábricas e centros de distribuições espalhados por todo o Brasil, manter o senso de pertencimento e a colaboração entre equipes distribuídas em diferentes localidades é um desafio para a Mondelēz. Porém, a companhia encara com estratégias bem definidas.
“O pertencimento não depende exclusivamente do presencial. Eu mesma já gerenciei uma equipe distribuída por toda a América Latina e passei três anos sem conhecer algumas dessas pessoas pessoalmente”, compartilha Ana.
Uma das soluções adotadas pela companhia é a prática do “check-in” antes das reuniões virtuais. “Quando estamos presencialmente, as conversas informais acontecem naturalmente. No virtual, precisamos criar esse espaço. Então, antes de cada reunião, perguntamos como as pessoas estão, o que estão sentindo e quais são suas expectativas para a conversa”, explica. Essa abordagem ajuda a fortalecer os laços entre os colaboradores, mesmo quando estão distantes fisicamente.
Tendências e desafios do futuro do trabalho
O cenário pós-pandemia trouxe uma tendência de retorno ao presencial em muitas empresas. No entanto, para a Mondelēz, essa não é uma necessidade. “Crescemos muito durante a pandemia, e esse crescimento aconteceu de forma virtual. Aprendemos a trabalhar assim e entendemos que a flexibilidade continua sendo um diferencial estratégico para nós”, afirma Ana.
Ela destaca que cada organização precisa avaliar o que funciona melhor para a sua realidade. “Muitas empresas estão retomando o presencial por diferentes motivos, cada uma com suas próprias justificativas. No nosso caso, confiamos que nossos colaboradores estão fazendo o que é certo, independentemente do local de trabalho”, ressalta.
A executiva comenta ainda que a companhia busca tirar vantagens dos dois modelos. A empresa acredita que o trabalho flexível, de forma geral, é bem administrado, resultando em produtividade, engajamento e na retenção de talentos. Para a organização, essa flexibilidade é um valor essencial e uma ferramenta estratégica. Trata-se de um recurso poderoso que impulsiona a equipe, permitindo que cada profissional alcance seu máximo potencial. O objetivo é justamente esse: proporcionar um ambiente em que as pessoas possam estar em sua melhor versão e delegar suas funções da melhor maneira.
“Não queremos 100% remoto, nem 100% presencial. Buscamos um equilíbrio para extrair o melhor de ambos os modelos”, diz Ana.
O bem-estar como prioridade na Mondelēz
A pandemia evidenciou a importância da saúde mental e do bem-estar para os colaboradores. “O Brasil está entre os líderes mundiais em casos de burnout. Embora não possamos conectar isso exclusivamente ao trabalho presencial, sabemos que desafios como tempo de locomoção e tensão dos horários impactam o estresse”, alerta Ana.
Para mitigar esses desafios, a Mondelēz oferece suporte abrangente aos seus colaboradores, incluindo assistência psicológica, social, financeira e jurídica. Além disso, a empresa realiza diagnósticos constantes para identificar e tratar riscos de estresse antes que se tornem problemas graves. “Desde atendimento psicológico até suporte para doenças crônicas, buscamos cuidar do indivíduo como um todo”, relata.
Com uma cultura de flexibilidade bem estabelecida, a Mondelēz se destaca como uma organização que entende e valoriza as mudanças no mundo do trabalho. Seu compromisso com a qualidade de vida dos colaboradores não apenas impulsiona o engajamento interno, mas também reforça seu posicionamento como um dos melhores lugares para se trabalhar.
“Nosso objetivo é garantir que as pessoas estejam bem, pois sabemos que isso impacta diretamente sua produtividade e satisfação no trabalho. Ao conectarmos essas iniciativas à flexibilidade, criamos um ambiente mais saudável e equilibrado para todos”, finaliza.
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