Físico italiano resolve paradoxo de viagens no tempo

MILÃO, 10 JAN (ANSA) – Um dos grandes sonhos dos fãs de ficção científica poderia ser possível, pelo menos em teoria: o jovem físico italiano Lorenzo Gavassino, da Universidade Vanderbilt, dos Estados Unidos, encontrou uma maneira de superar um dos obstáculos mais famosos para viagens no tempo, o chamado “paradoxo do avô”.   

Esse teorema diz que voltar no passado não seria permitido porque uma pessoa que viajasse no tempo e matasse um ancestral consequentemente não poderia nascer.   

Inspirado pelo trabalho de Carlo Rovelli, notório físico italiano que questiona a natureza do tempo, Gavassino obteve uma solução para esse quebra-cabeça a partir da combinação da relatividade geral com a mecânica quântica e a termodinâmica, como demonstrado em um estudo publicado na revista Classical and Quantum Gravity.   

Segundo Gavassino, o paradoxo decorre do fato de tomarmos como certo que as leis da termodinâmica (que regem a energia, o calor e a entropia) funcionam sempre da mesma maneira, o que pode não acontecer quando o espaço-tempo se curva na vizinhança de um buraco negro, criando as condições potenciais para um loop temporal, ou seja, ciclos fechados onde o fim sempre leva ao início, em uma repetição eterna (quem assistiu à série “Dark” está habituado a esse conceito).   

Nessa situação, de acordo com o estudo, surgiriam flutuações quânticas que poderiam anular a entropia, a desordem que governa muitas de nossas experiências diárias, desde a maneira como envelhecemos até a forma como processamos memórias.   

Essas flutuações quânticas poderiam ter efeitos extremos em um viajante do tempo: por exemplo, à medida que a entropia diminui, as memórias de uma pessoa poderiam desaparecer, e o processo de envelhecimento poderia ser revertido.   

Esse fenômeno poderia até mesmo tornar temporários eventos irreversíveis, como matar um ancestral, superando o paradoxo do avô. No entanto, embora o estudo de Gavassino ofereça uma estrutura teórica convincente para a viagem no tempo, ainda precisa ser comprovada a existência de loops temporais no Universo. (ANSA).   

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