O Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG), uma das principais referências em pesquisa, desenvolvimento e inovação em Inteligência Artificial (IA) no Brasil, receberá os primeiros oito supercomputadores para o desenvolvimento de IA da América Latina. Essa é a primeira aquisição e implementação de infraestrutura de computação de alta performance com GPUs NVIDIA Blackwell B200 na região, uma iniciativa pioneira que posiciona Goiás e o Brasil na vanguarda tecnológica.
Com investimento de R$ 40 milhões, viabilizado a partir de parcerias com o Governo do Estado de Goiás, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social com contrato de gestão junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a infraestrutura chamada de POD (Point of Delivery) é composta por múltiplas placas de processamento gráfico (GPUs) interconectadas que funcionam em conjunto para treinar e executar modelos complexos de IA. O sistema representa um salto tecnológico para o país e oferece capacidade de processamento sem precedentes para pesquisas avançadas em IA.
Na vanguarda da pesquisa em IA
Em essência, um supercomputador de IA como esse permite realizar cálculos e processamentos de dados em velocidade e escala muito superiores aos computadores convencionais, possibilitando o desenvolvimento de aplicações mais avançadas e sofisticadas. “Esta nova infraestrutura posiciona o Brasil na vanguarda da pesquisa em IA, equiparando nossa capacidade computacional a centros de excelência internacionais. Com este POD, poderemos desenvolver modelos de IA de última geração, impulsionando tanto a pesquisa acadêmica quanto projetos de inovação com parceiros industriais.”, afirma Telma Soares, diretora do CEIA-UFG.
A nova infraestrutura será fundamental para a formação de profissionais ainda mais especializados em Inteligência Artificial dentro da UFG. “A chegada desse supercomputador vai oferecer uma formação ainda mais completa aos estudantes de IA, proporcionando ao mercado profissionais altamente capacitados”, destaca o secretário-geral de Governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima.
Três dos oito supercomputadores adquiridos já estão em Goiânia e serão instalados temporariamente no Data Center do Estado de Goiás. A previsão é que toda a estrutura esteja plenamente operacional no Brasil no segundo semestre de 2025, após a conclusão da construção do novo data center no campus da UFG, que já está em andamento. Para garantir o pleno funcionamento de todos os equipamentos, a aquisição contou com investimentos diretos da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), por meio do Programa de P&D ANEEL, destinados à instalação da infraestrutura completa, incluindo fornecimento de energia elétrica, refrigeração e espaço físico.
O anúncio da aquisição foi realizado durante o NVIDIA GTC em San José, Califórnia. A conferência, que reúne desenvolvedores, engenheiros, pesquisadores, empresários e profissionais de TI de todo o mundo, contou com a presença de executivos da Nvidia e representantes do CEIA-UFG. “Nos últimos anos, a NVIDIA teve o privilégio de participar da construção de infraestruturas de última geração voltadas para a pesquisa acadêmica, e acreditamos fielmente que o investimento em IA na educação e pesquisa é o maior e mais necessário salto que o Brasil pode dar neste momento em direção a se tornar uma superpotência da inteligência artificial”, comenta Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina. “Sem dúvidas, é mais um projeto que nos empolga muito como organização.”
Impacto em pesquisa
Atualmente o CEIA-UFG desenvolve mais de 60 projetos de Inteligência Artificial em parceria com empresas de diversos segmentos. Com a nova infraestrutura será possível processar trabalhos mais rapidamente e assumir planos mais complexos, consolidando o centro como hub de inovação em pesquisa aplicada e transferência de tecnologia. Um dos projetos de destaque, que será realizado com o apoio do supercomputador, é o EnergyGPT, uma plataforma de IA inspirada no ChatGPT, mas adaptada para o setor elétrico brasileiro.
Arlindo Galvão, coordenador do Competência EMBRAPII em Tecnologias Imersivas Aplicadas (AKCIT), pontua que a UFG foi uma das primeiras instituições do país a oferecer graduação em Inteligência Artificial e a chegada desses supercomputadores enriquecerá a experiência educacional dos estudantes, proporcionando acesso à tecnologia de ponta durante sua formação. “O Brasil está dando um importante passo para reduzir a defasagem tecnológica em relação a países líderes em IA. Esta iniciativa não apenas fortalece nossa soberania tecnológica, mas também cria oportunidades para o desenvolvimento de soluções contextualizadas à realidade brasileira”, comenta.
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