
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) do Brasil reafirmou sua posição firme contra o programa Worldcoin, mantendo a proibição da troca de dados biométricos, especificamente a leitura da íris, por criptomoedas. A decisão, anunciada na última terça-feira, representa um duro golpe para os planos da Tools For Humanity no país, empresa por trás do projeto.
Multa diária milionária e acusações de consentimento viciado

A ANPD não apenas manteve a suspensão da distribuição de criptomoedas para quem se cadastrar no World ID através da leitura da íris, mas também impôs uma multa diária de 50.000 reais (aproximadamente US$ 8.800) caso a empresa retome a coleta de dados. A agência reguladora argumenta que a oferta de recompensas financeiras compromete a liberdade do consentimento, um pilar da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Expansão global da Worldcoin enfrenta obstáculos legais

A decisão brasileira surge em um momento crucial para a Worldcoin, que busca expandir sua presença na América Latina, com a Argentina como centro regional e operações no Panamá. No entanto, a empresa enfrenta resistência regulatória crescente em diversos países, levantando debates sobre a ética da coleta de dados biométricos em larga escala.
Apesar dos desafios, a Tools For Humanity continua investindo em tecnologia, como a recente aquisição da Modulus Labs para aprimorar suas pesquisas em IA e criptografia. A empresa também busca parcerias estratégicas, como a colaboração com a Razer para combater bots de IA em jogos online.