Comerciantes de Ponta Negra começam a implantar cardápio bilíngue e digital; prefeitura diz que objetivo é evitar fraudes


Trabalhadores têm até junho de 2025 para implantar novo formato de atendimento. Descumprimento será considerado infração. Comerciantes de Ponta Negra devem implantar cardápio digital
Camille Melo/Semurb
Comerciantes que trabalham na praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, começaram a implantar cardápios bilingues nos quiosques e outros serviços da orla. A exigência foi estabelecida por uma resolução publicada pela prefeitura em 2024. Os trabalhadores têm até junho deste ano para se adequar.
Segundo a prefeitura, a adesão se iniciou após o carnaval, em Ponta Negra. Até a última semana a fiscalização ambiental registrou nove estabelecimentos com o cardápio em pleno funcionamento. Ainda segundo o município, o objetivo é evitar fraudes.
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Todos os comerciantes da orla de Natal devem aderir ao novo formato de cardápio até junho de 2025. O menu é oferecido a partir da contratação individual de uma plataforma, feita por cada quiosqueiro e locador. Segundo o município, cada comerciante pode escolher o fornecedor de sua preferência.
O documento deve personalizado para cada comerciante e disponível em cinco línguas: português, inglês, espanhol, italiano e francês.
A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo explica que quer proporcionar mais segurança aos consumidores, por meio do novo cardápio. A ideia é assegurar que as informações sobre pratos, porções e valores estejam apresentadas claramente, prevenindo fraudes e abusos ao cliente.
“São cinco idiomas que nós exigimos, para que possa servir. Tem que ser digital porque diminui a possibilidade de fraudes. Havia muita reclamação de que pessoas sentavam às mesas, recebiam o cardápio impresso com um valor, quando ia no final do dia pagar a conta, havia o mesmo cardápio impresso só que com valores alterados, totalmente diferentes. Então o cardápio digital vai evitar essa possibilidade desse tipo de fraude e padronizar produtos e qualidade de atendimento”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita.
De acordo com ele, a obrigação foi uma exigência do Procon, após fiscalizações realizadas na orla, e a ausência do cardápio, a partir de junho, estará descumprindo em um termo de ajustamento de conduta assinado com a Semurb.
Responsável por um dos quiosques na praia, André Salustino afirmou que já havia implantado em há cerca de três meses o cardápio com QR Corde, com opção dos pratos, em português e em inglês. Segundo ele, o serviço tem agradado a clientes frequentes e turistas.
“Nós fomos um dos primeiros a implementar. É exigido que contenha o cardápio com QR Code e que seja bilingue. Os clientes estão todos satisfeitos”, afirmou.
Por outro lado, o empresário afirmou que praticamente ninguém, entre os trabalhadores, sabe falar inglês, e o atendimento acaba acontecendo no “enrolation” – com mistura de palavras do português com a lingua estrangeira.
O supervisor geral da fiscalização ambiental da Semurb, Leonardo Almeida, afirma que o QRCode de acesso ao cardápio deve estar afixado em todas as mesas disponibilizadas para atendimento ao público, por meio de adesivo plástico, que contenha as informações que foram padronizadas pela Semurb.
“O cardápio deve conter a identificação do estabelecimento, o valor de cobrança sobre o uso de equipamentos de praia quando não houver dispensa, as formas de pagamento aceitas pelo estabelecimento e o formulário virtual para registro de denúncias, reclamações, que vem diretamente para a Semurb”, afirmou.
“Após esse período, começaremos a fiscalização nas praias para verificar a adesão e o uso correto dos cardápios. Caso não esteja sendo utilizado, será feita a aplicação de autos de infração”, afirmou.
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