A cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo, enfrenta um impasse entre a prefeitura e moradores sobre o futuro da Praça Oscar Faro, também conhecida como Praça Mufarrege. O local pode ser parcialmente substituído por uma creche-escola, o que gerou insatisfação na população devido à falta de diálogo sobre o projeto.
O assunto foi tema do Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro, com a participação do repórter Decio Caramigo, que acompanhou a mobilização dos moradores. Segundo Suzi Cavalari, uma das lideranças do movimento, o problema não é a construção do equipamento público, mas sim a falta de planejamento urbano.
Moradores pedem transparência e preservação da praça
A praça é um espaço amplo e arborizado, com playground, aparelhos de ginástica ao ar livre e um coreto para eventos. Para a população, a perda dessa área compromete o lazer e o meio ambiente no centro da cidade.
“Não somos contra a creche, mas questionamos a escolha do local”, afirmou Suzi. “O centro de Mairiporã já perdeu outras praças e está se tornando uma ilha de calor. Precisamos de mais áreas verdes, não menos.”
Vale lembrar que a cidade é conhecida, justamente, por conta da sua ampla área verde, cercada por serras e que abriga uma importante represa que leva o nome do município.
O movimento reivindica, portanto, uma audiência pública para discutir o projeto e buscar alternativas para manter a praça e entregar o novo equipamento à população.
Prefeitura confirma obra, mas evita dar detalhes
A prefeitura confirmou a construção da Creche Escola do Autista e da Pessoa PCD, que será financiada por uma emenda parlamentar de R$ 11 milhões.
Segundo nota oficial, o prédio será erguido ao lado da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e da Escola Municipal Mufarrege, criando um complexo educacional e terapêutico. Além disso, a gestão municipal argumenta que a área sofre com alagamentos e que o projeto incluirá obras de drenagem.
No entanto, a administração não esclareceu o impacto financeiro para os cofres de Mairiporã, em relação à manutenção mensal do espaço, o que reforça a insatisfação dos moradores.
População organiza protesto e pede diálogo com prefeito
Diante da falta de respostas, os moradores organizaram um ato simbólico para o dia 16 de junho. O evento reunirá pessoas que farão um abraço simbólico na praça Oscar Faro, buscando então pressionar o prefeito Walid Hamid (PSD), mais conhecido como Aladim, por mais transparência e planejamento urbano.
“Queremos uma audiência pública”, reforçou Suzi. “O prefeito precisa ouvir os moradores e apresentar um plano que respeite o meio ambiente e as necessidades da cidade.”
A estrutura já existe
A APAE, que presta um serviço de excelência na cidade, possui uma verba municipal para fazer os atendimentos conveniados com a prefeitura. No entanto, o repasso atual não cobre os custos, tendo a organização que buscar outras fontes de receita.
Segundo a própria Suzi, uma solução natural e boa para todos seria a prefeitura usar a verba disponível para melhorar a estrutura física da APAE e garantir, assim, que a instituição absorva o serviço de atendimento que deve ser feito pela futura creche-escola.
A polêmica reflete um problema comum em muitas cidades: a dificuldade de equilibrar a criação de equipamentos públicos essenciais, gastar o dinheiro público com responsabilidade e perservar os espaços de lazer e convivência.
O desfecho do caso deve depender da mobilização popular e da abertura do prefeito ao diálogo, e a Novabrasil seguirá acompanhando.
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