Dados e curadoria: as tendências para o mercado de mídia em 2025

Diante das constantes mudanças no comportamento do consumidor, as empresas de mídia precisam se adaptar para atender às demandas. Essa necessidade aumenta em um cenário cada vez mais complexo e competitivo. Além disso, reforça a importância de criar experiências mais personalizadas, que proporcionem relevância. Com isso, a Kantar IBOPE Media identificou cinco tendências que podem ajudar marcas, anunciantes, agências, emissoras de televisão e de rádio e plataformas de vídeo em 2025.

“As mídias sociais lideram os investimentos globais, enquanto o retail media surge como o canal de crescimento mais rápido até 2026. A TV Conectada (CTV) também está ganhando relevância, oferecendo segmentação precisa e atraindo novos formatos de anúncios”, comenta Adriana Favaro, vice-presidente comercial da Kantar IBOPE Media. “A América do Norte domina os investimentos, impulsionada por eventos como as eleições nos EUA, enquanto a Europa apresenta um crescimento mais moderado, com destaque para o Reino Unido. Na Ásia, o consumo diversificado de conteúdos, como os dramas coreanos, posiciona a região como um mercado-chave para o streaming”.

Ecossistema de mídia

Adriana Favaro, vice-presidente comercial da Kantar IBOPE Media.

A primeira tendência reforça que, em 2024, as marcas de mídia adaptaram seus modelos de negócios para se manterem competitivas em um cenário cada vez mais híbrido. Essa evolução reflete a necessidade de ir além das fontes tradicionais de receita, com empresas investindo em novas parcerias e explorando oportunidades em diversas plataformas. O objetivo principal é acompanhar as mudanças nos hábitos dos consumidores, a evolução tecnológica e o aumento da concorrência.

Segundo a Kantar, a transição para modelos de negócios híbridos tornou-se uma característica marcante do setor. Empresas de mídia, sejam elas originárias de serviços de streaming, emissoras, redes ou publicações impressas, estão diversificando suas estratégias de monetização para potencializar o conteúdo e alcançar seu público de maneira mais eficaz.

“Com o enfraquecimento das fronteiras entre plataformas, a indústria de mídia enfrenta um desafio de identidade em um ecossistema convergente e multifacetado. Até 2025, a produção, distribuição e o engajamento do público passarão por uma transformação significativa. Essa evolução não é apenas tecnológica, mas representa um novo paradigma em que flexibilidade, personalização e inovação serão fundamentais para manter a relevância”, acrescenta a executiva.

Conteúdo: o boom, a crise e a batalha pela atenção

No ano passado, aconteceu uma saturação no mercado de conteúdo. Isso foi resultado da grande quantidade disponível de serviços de streaming. Consequentemente, houve uma desaceleração nas produções. Para 2025, estima-se que seja remodelada a forma como os consumidores interagem com determinados tipos de conteúdo.

Nesse cenário, Adriana aconselha que, para obter sucesso em um mercado saturado, as plataformas devem adotar estratégias como preços combinados para combater a fadiga de assinaturas, conteúdos personalizados para diferentes públicos, recomendações impulsionadas por Inteligência Artificial (IA) para aprimorar o engajamento, e foco em eventos ao vivo e esportes para atrair espectadores.

Ainda de acordo com a executiva, o indicado é priorizar a qualidade em vez da quantidade, equilibrar a saturação com a curadoria de conteúdo, e explorar modelos de receita híbridos que combinem assinaturas, publicidade e e-commerce são fundamentais. É necessário ainda garantir a segurança da marca e fomentar o engajamento emocional são essenciais para construir confiança e fidelidade de longo prazo.

Mídia e uso de dados

Entre as tendências de mídias previstas pela Kantar para 2025 está o ajuste entre abordagem e coleta de dados. Assim, deve ser priorizada a transparência, capacitando os consumidores a entenderem como suas informações estão sendo usadas ​​e garantindo que proteções de privacidade robustas estejam em vigor.

“A IA tem transformado a coleta de dados por meio de data clean rooms seguras, que integram diversas fontes de dados enquanto mantêm a privacidade. A personalização está avançando com a IA generativa, que adapta anúncios e conteúdos às preferências do público. Ferramentas de tradução e dublagem em tempo real estão ampliando o alcance global do conteúdo, enquanto desafios éticos, como deepfakes, destacam a necessidade de equilibrar inovação e autenticidade”, pontua Adriana.

Medição de audiência

O surgimento de novas parcerias de pesquisa de medição de audiência em 2024, juntamente ao uso crescente de soluções crossmedia, pautam o cenário para o próximo ano. O relatório Media Trends & Predictions 2025 projeta um papel mais amplo e central para mensurar o público na maximização do ROI.

“A medição de audiência está evoluindo rapidamente para uma ferramenta estratégica mais ampla, estendendo-se além da publicidade, à medida que as empresas buscam otimizar vários canais e tomar decisões informadas e baseadas em dados”, comenta Adriana. “Como resultado, a mensuração desempenhará um papel mais central no ajuste fino de campanhas, melhorando o engajamento do cliente e maximizando o ROI em todo o ecossistema de marketing“.

Pessoas e habilidades

Em 2025, as empresas devem tratar a ciência de dados como um componente estratégico essencial. À medida que o papel dos especialistas na área se transforma, será crucial para as organizações investirem na formação de equipes tecnicamente competentes e com habilidades especializadas, como visualização de dados, programação e definição de estratégias.

Além disso, sucesso das equipes de ciência de dados no futuro dependerá não apenas do aprofundamento das competências técnicas, mas também do estímulo à colaboração entre diferentes áreas da empresa. Criar grupos diversos, nos quais cada integrante contribua com habilidades únicas, permitirá às organizações acelerar a inovação e obter melhores resultados.

“As empresas estão investindo em talentos diversos, reunindo profissionais de várias áreas para fomentar a inovação e novas perspectivas. Ferramentas colaborativas, como painéis de medição integrados, facilitam a troca de informações entre os departamentos. Além disso, a promoção de uma cultura organizacional baseada na abertura, aprendizado contínuo e adaptabilidade garante que as equipes acompanhem as mudanças tecnológicas”, finaliza.

*Foto: Shutterstock.com

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