Mansur: “Hi-tech, Hi-touch? O Desafio do Futuro do Varejo”

Após três dias imersos na NRF 2025 e mais alguns visitando lojas e assimilando as informações, posso dizer que a tecnologia não só prometeu, mas entregou diversos casos de implementações reais.

Um dos grandes destaques foram os gêmeos digitais – esses “irmãos virtuais” dos estoques e lojas, criados pela Nvidia, que agora ajudam os varejistas a simular experiências de compra antes mesmo de elas acontecerem. Imagine poder ajustar os layouts das lojas e prever o comportamento do consumidor em tempo real, tudo antes da implementação real. A solução entrega um novo patamar de personalização e eficiência.

Mais do que personalização, estamos falando da hiperpersonalização que chegou para ficar. Ferramentas como a DAVE, que usa IA para criar uma navegação mais fluida e interações personalizadas com os clientes, e a Beeats, com escaneamento corporal 3D para sugerir produtos em frações de segundo, vão transformar a experiência de compra. O consumidor não quer mais “apenas comprar”; ele quer ser entendido, tratado como único.

Enquanto isso, a disputa entre a ultra-velocidade do mundo online e a experiência Slow Shop das lojas físicas se intensifica. Em um mundo onde 68% das pessoas preferem fazer compras online por ser mais rápido e conveniente, as lojas físicas precisam apostar em uma experiência mais rica e personalizada, com produtos exclusivos e um ambiente que seja um verdadeiro refúgio, quase uma extensão da casa do consumidor. Lojas como a Crate & Barrel estão apostando em design de lojas que privilegiam o ambiente e a interação com o cliente, fugindo do modelo de “mega velocidade” do e-commerce.

O grande desafio é encontrar o equilíbrio. Tecnologia e humanidade podem e precisam coexistir. A inteligência artificial, os gêmeos digitais, o escaneamento 3D são só a ponta do iceberg. O verdadeiro poder está na capacidade de os varejistas utilizarem essas ferramentas para criar experiências mais humanas, mais conectadas e, claro, mais rápidas onde for necessário. Mas, nas lojas físicas, talvez seja hora de desacelerar um pouco e oferecer a experiência que a tecnologia não pode replicar: o toque humano.

A NRF 2025 deixou claro que o varejo está indo para um futuro onde a velocidade e a personalização andam lado a lado. Mas quem vai se destacar será aquele que souber combinar essas duas forças com empatia, criando uma experiência que seja tanto ágil quanto humana. E, convenhamos, quem não se adaptar vai ficar para trás, congelado no tempo como um RFID não implementado!

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