Bruna Henares: “Nova definição de obesidade”

A obesidade não é apenas excesso de peso. A nova abordagem propõe critérios mais amplos e precisos para avaliar os impactos reais dessa condição na saúde, considerando aspectos além do Índice de Massa Corporal (IMC).

Um documento elaborado por uma comissão internacional de 55 especialistas, publicado recentemente na The Lancet Diabetes & Endocrinology, apresenta novos critérios diagnósticos para obesidade.

Anteriormente, o diagnóstico era baseado apenas no IMC, com valores iguais ou superiores a 30 kg/m². Apesar de ser útil como triagem, o IMC apresenta limitações importantes:
• Não reflete a distribuição da gordura corporal.
• Ignora fatores como idade, sexo e etnia.
• Não avalia os impactos diretos do excesso de gordura na saúde.

Agora, a obesidade é classificada em dois estágios: pré-clínico e clínico, com critérios mais detalhados e abrangentes.

Critérios atuais

  1. Obesidade clínica:
    ✔ Excesso de gordura que compromete o funcionamento dos órgãos, causando sintomas e limitações nas atividades diárias.
    ✔ Avaliação baseada em:
    • Peso corporal + método de composição corporal (DEXA ou bioimpedância).
    • Presença de lesão de órgão-alvo ou dificuldade para realizar atividades diárias.

Exemplos de critérios para obesidade clínica (lesão órgão alvo):
• Hipertensão arterial.
• Insuficiência cardíaca.
• Alterações metabólicas: triglicérides elevados, HDL baixo ou glicemia alterada.
• Apneia do sono.
• Esteatose hepática.
• Dor e rigidez articular nos joelhos.

  1. Obesidade pré-clínica:

    ✔ Excesso de gordura com função preservada dos órgãos, mas com risco aumentado de progressão para obesidade clínica.

Além do IMC: marcadores complementares

O diagnóstico vai além do peso corporal, utilizando:
• Distribuição da gordura: análise de gordura visceral e subcutânea por bioimpedância ou DEXA.
• Razão cintura-altura: cintura maior que 50% da altura indica risco elevado.
• Razão cintura-quadril: marcador de risco cardiovascular e metabólico.

Esses indicadores ajudam a identificar precocemente pessoas com maior propensão a complicações.

Por que tratar obesidade é crucial?

Sem tratamento, a obesidade pode causar complicações graves, como:
✔ Doenças cardiovasculares (infarto e AVC).
✔ Diabetes tipo 2.
✔ Esteatose hepática.
✔ Câncer (13 tipos!)

O diagnóstico precoce e intervenções adequadas são fundamentais para evitar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

Novos critérios possibilitam um diagnóstico mais preciso e direcionado, fortalecendo a prevenção e o tratamento dessa condição.

The post Bruna Henares: “Nova definição de obesidade” appeared first on Novabrasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.