A Nova Era da IA chegou: você está preparado?

A Inteligência Artificial tem evoluído de maneira exponencial, indo além da automação de tarefas simples para desempenhar papéis cada vez mais complexos, desde criação de conteúdo até a tomada de decisões. Quando pensávamos que estávamos nos acostumando com a presença dessa tecnologia em nossas rotinas, as transformações dessa evolução rápida prometem inaugurar uma Nova Era da IA.

A começar pelas movimentações econômicas: segundo o 5º Relatório Global de Tecnologia da Bain & Company, empresa americana de consultoria em gestão, o mercado de hardware e software relacionados à IA deve atingir entre US$ 780 e US$ 990 bilhões em 2027, crescendo até 55% ao ano.

Outros relatórios e pesquisas apontam para os caminhos que essa inovação tão disruptiva possivelmente irá tomar nos próximos anos. Como líderes, gestores e profissionais podem se preparar para eles? Confira abaixo e saiba como não só acompanhar as mudanças, mas ser também protagonista em um cenário dominado pelos impactos da IA.

Impactos da Nova Era da IA no mundo tecnológico

O relatório da Bain & Company aponta transformações a ficar atento no setor de tecnologia, todas diretamente impulsionadas pelos avanços da IA. São insights que tanto indicam oportunidades quanto alertam a pontos de atenção.

A começar por questões estruturais. Com as cargas de trabalho de IA podendo crescer de 25% a 35% ao ano até 2027, segundo o relatório, a necessidade de processamento deve aumentar proporcionalmente. Assim, quem mais sente a pressão pela demanda é o ecossistema de data centers, que inclui desde o fornecimento de energia a cadeias de suprimento de chips para esse serviço.

Além disso, a Nova Era da IA também pressiona o desenvolvimento mais eficiente de softwares, o que deve exigir das empresas de engenharia. A pesquisa afirma que essas companhias não estão crescendo na mesma velocidade da Inteligência Artificial, embora a tecnologia traga uma economia de 10% a 15% do tempo total de desenvolvimento de softwares.

Por fim, a consultoria Bain & Company coloca em destaque o interesse de países ou grupos de países em criar a chamada “IA soberana”, que se refere ao controle de governos ou organizações na produção de Inteligência Artificial, utilizando sua própria estrutura. Esse caminho deve colocar mais complexidade no setor tecnológico.

Negócios e IA: adotá-la ou ficar para trás

A empresa multinacional de consultoria e auditoria PwC listou previsões para a IA nos negócios para 2025. Em suas análises, é categórica ao afirmar que as escolhas relacionadas à IA serão as mais cruciais não só para o próximo ano, mas para toda a carreira profissional dos líderes encarregados e para o futuro da companhia.

As previsões foram baseadas na experiência da consultoria com seus clientes, no seu ambiente interno e em suas parcerias com companhias líderes da área tecnológica. O objetivo é indicar o que esperar nos próximos doze meses e além, ajudando a definir estratégicas e apoiar decisões sobre o que fazer ainda agora.

Entre as previsões, está a importância de tornar a IA intrínseca aos negócios o quanto antes. Quem não fizer o movimento, corre o sério risco de deixar competidores estabelecerem vantagens duradouras, uma vez que a tecnologia terá avanços significativos em qualidade, capacidade de automação e precisão nos próximos anos.

Também devem entrar no radar dos executivos os AI Agents (agentes de IA), programas de software que usam recursos de IA para realizar tarefas e atingir metas de maneira autônoma; o gerenciamento de risco e as práticas responsáveis, uma vez que as companhias precisarão cada vez mais de abordagens sistemáticas e transparentes para sustentar o retorno de seus investimentos na tecnologia; e a constatação de que a Inteligência Artificial pode estar no centro da aceleração da transição energética e no processo de desenvolvimento de produtos e serviços.

A PwC ainda considera que a IA irá transformar toda e qualquer indústria, porém, algumas irão avançar mais rápido que outras – e que estas não necessariamente pertencerão a áreas mais óbvias. Vão se manter na liderança das mudanças as companhias que atuam diretamente com o mercado consumidor, serviços financeiros e de saúde, indústria de produtos, tecnologia, mídia e comunicações.

Comportamento do consumidor na Nova Era da IA

Um terceiro relatório que traz dados relevantes para se preparar para a Nova Era da IA é o Life Trends 2025, da Accenture, empresa de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing. O documento pretende ser uma janela para o comportamento dos consumidores e suas atitudes em relação ao mundo ao redor.

Nas análises da consultora, cinco tendências emergem à medida que as pessoas se colocam em busca de uma relação mais balanceada e saudável com a tecnologia. Isso significa que elas estão avaliando suas prioridades e descobrindo suas reais necessidades em um mundo dominado pelas “máquinas”, evoluindo as formas de interação online, seja na vida social ou profissional, e entendendo melhor o papel que inovações, como a IA, podem ter para trazer benefícios reais à vida cotidiana.

As cinco tendências apontadas pela Accenture para se acompanhar são:

  • O custo da hesitação: a hesitação e o receio têm se tornado um reflexo natural uma vez que a experiência online dos usuários está se degradando. Isso acontece devido à facilidade de criar todos os tipos de conteúdo, o que dificulta a diferenciação entre o que é autêntico e o que é falso ou fraudulento. Nesse sentido, surgem riscos a qualquer negócio que opere no mundo virtual, o qual pode ser mitigado colocando o uso responsável da IA no topo das prioridades;
  • Armadilha parental: as consequências deste mundo incerto chegam às próximas gerações, já que elas se tornam mais protegidas por medidas de segurança online;
  • Economia da impaciência: as pessoas têm se tornado mais impacientes para atingir os resultados esperados, sejam eles demandas simples do dia a dia, sejam eles objetivos de vida. Com isso, é importante construir soluções ágeis para satisfazer esses consumidores tão apressados. A IA pode ser uma aliada;
  • A dignidade do trabalho: o mundo do trabalho tem sido desafiado pelas pressões típicas dos negócios, pelos avanços tecnológicos e pelas evoluções das relações humanas. Com isso, tensões entre profissionais, inovações e companhias podem se acentuar. Para mediar o conflito, no caso da IA, o relatório sugere: “use-a, mas com valores humanos”;
  • De volta à natureza social: como resposta às experiências digitais cada vez mais intensas e permanentes, as pessoas estão em busca de simplicidade e conexões mais profundas e significativas com o meio ambiente e outros indivíduos, em um movimento que a Accenture chama de “social rewilding” (algo como uma renaturalização social).

A tendência muda como as pessoas gastam seu tempo livre, encontram prazer e balanceiam atividades online e offline, o que pode não só criar oportunidades de negócio, como exigir uma avaliação na maneira em que a IA está sendo adotada: não como um fim, mas como um meio que coloque a experiência humana no centro.

*Foto de KOMMERS na Unsplash.

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