Profissões que lidam com consumidor serão extintas pela IA?

Até 2030, as profissões que lidam diretamente com o consumidor, como operadores de telemarketing caixas, atendentes e peritos de seguros, vão desaparecer. O motivo é o advento da Inteligência Artificial (IA).

O Fórum Econômico Mundial (WEF) identificou em um estudo as 15 profissões que serão menos demandadas nos próximos 5 anos.

A lista das profissões é a seguinte:

  • Funcionários de serviços postais;
  • Caixas bancários e cargos relacionados;
  • Operadores de entrada de dados;
  • Caixas e atendentes;
  • Assistentes administrativos e secretárias executivas;
  • Trabalhadores de impressão e cargos relacionados;
  • Contadores, auxiliares de contabilidade e de folha de pagamento;
  • Atendentes e condutores de transporte;
  • Assistentes de registro de materiais e controle de estoque;
  • Vendedores porta a porta, vendedores de jornal, ambulantes e cargos relacionados;
  • Designers gráficos; peritos de seguros, examinadores e investigadores;
  • Oficiais jurídicos;
  • Secretárias jurídicas;
  • Operadores de telemarketing.

Em síntese, o estudo destaca que será mais impactado pelas demissões em massa quem realiza tarefa repetitiva e/ou administrativa. Em suma, as áreas de atendimento ao cliente, suporte operacional e serviços financeiros serão as mais afetadas.

Profissões versus automatização

A diminuição da demanda por essas profissões se dará porque as funções desempenhadas pelos profissionais que nelas atuam estão cada vez mais sendo automatizadas. A IA está se tornando capaz de realizar tarefas repetitivas e baseadas em regras de forma mais eficiente e rápida do que os humanos. Algoritmos podem realizar a análise de dados, processar informações em grande escala e fornecer insights valiosos com precisão.

Ademais, as tecnologias de processamento de linguagem natural avançam e permitem que sistemas automatizados interajam com os clientes de maneira muito semelhante a um operador humano. Por consequência, esse é um fato que reduz a necessidade de suporte presencial em várias áreas. Dessa forma, isso pode proporcionar uma experiência mais consistente e rápida para o consumidor.

Relatório sobre o futuro

O relatório da WEF “Futuro dos empregos 2025” foi realizado com mais de 1 mil empregados ao redor do mundo. Juntos, eles representam 14 milhões de trabalhadores em 22 diferentes segmentos. Ao todo, 92 milhões de empregos serão eliminados globalmente. O número representa 8% da força de trabalho anual.

De um lado, a eficiência dos sistemas automatizados pode resultar em um atendimento mais rápido e preciso, com a promessa de maior conveniência. A redução de custos operacionais para as empresas pode permitir preços mais competitivos, beneficiando o consumidor. Em contrapartida, essa economia pode não ser totalmente transferida aos clientes, já que as empresas poderão optar por aumentar suas margens de lucro em vez de repassar os benefícios.

De todo modo, a extinção de profissionais de atendimento ao consumidor devido ao avanço da IA traz consequências significativas para o consumo. A automatização desses serviços pode levar a uma redução nas interações humanas, impactando a experiência do consumidor. Subitamente, a falta de contato pessoal pode fazer com que os clientes se sintam menos valorizados e mais insatisfeitos, uma vez que muitos consumidores ainda apreciam um atendimento ao cliente personalizado e humano.

Inovação econômica

Michelle Schneider, professora e palestrante.

Michelle Schneider, professora e palestrante, autora do novo livro “O Profissional do Futuro”, que a Buzz Editora lançará em março, garante: “A era da IA não apenas promete inovações em diversos setores, mas também uma transformação significativa na economia global. Ela nos conduzirá a um futuro de abundância sem precedentes”.

Segundo ela, isso se dará por meio da otimização de processos e aumento da eficiência. O que resultará, por consequência, na redução de desperdícios. Assim, a IA tem o potencial de diminuir consideravelmente o consumo e o custo da energia, tornando a produção de bens e serviços muito mais acessível. “Essa diminuição de custos, aplicada de maneira abrangente – desde a fabricação até a distribuição – implica que produtos e serviços atualmente vistos como luxos poderão se tornar acessíveis a um número muito maior de pessoas, iniciando uma nova era de abundância em que recursos antes escassos se tornam largamente disponíveis”.

O receio de que a IA venha a substituir os profissionais humanos é legítimo, mas já foi observado em diversas revoluções industriais. “Milhões de postos de trabalho se extinguiram, mas outros tantos foram criados”, destaca Michelle Schneider. “A IA, ao menos a curto prazo, provavelmente seguirá esse padrão: algumas funções irão desaparecer, enquanto novas oportunidades surgirão. No entanto, existem desafios a serem enfrentados. As carreiras do futuro demandarão cada vez mais qualificação e habilidades intelectuais, principalmente nas áreas de tecnologia, IA, robótica e sustentabilidade”.

Os empregos que mais crescem

No relatório da WEF, os executivos afirmam que os três empregos que mais crescem em termos percentuais são: em primeiro lugar, especialistas em Big Data. Em segundo lugar, engenheiros de fintech. E os especialistas em IA e aprendizado de máquina ficam com a medalha de bronze em termos de procura. Em suma, 86% dos entrevistados da pesquisa esperam que as tecnologias de IA e processamento de informações transformem seus negócios até 2030.

Os especialistas em gerenciamento de segurança aparecem entre os cinco primeiros devido às tendências tecnológicas e aos fatores geopolíticos. As funções como especialistas em veículos autônomos e elétricos e engenheiros ambientais e de energia renovável estão entre as 15 de crescimento mais rápido devido à transição verde e à crescente adoção de tecnologias de geração e armazenamento de energia.

Mais dados

O relatório do WEF afirma que o crescente acesso digital deve criar 19 milhões de empregos até 2030 e substituir 9 milhões. A IA e o processamento de dados, sozinhos, criarão 11 milhões de funções e substituirão 9 milhões.

Os robôs e a automação, por sua vez, substituirão 5 milhões de empregos a mais do que criarão. As empresas esperam que essas tendências provoquem uma queda acentuada nas profissões. No geral, elas almejam decréscimo de contratações em várias funções administrativas, como caixas, bilheteiros, assistentes administrativos, trabalhadores de impressão, contadores e auditores.

O relatório afirma que 39% das profissões devem mudar até 2030 e que as habilidades tecnológicas devem crescer em importância mais rapidamente do que quaisquer outras nos próximos cinco anos. Como tal, os empregadores priorizarão continuamente os programas de aprendizagem contínua, qualificação e requalificação até o final da década.

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