10 novos talentos da MPB que você precisa conhecer

Novos talentos da MPB.

Nos últimos anos, a música popular brasileira tem vivido um momento de efervescência, com uma nova geração de artistas que trazem frescor e inovação ao gênero. Com vozes marcantes e composições que dialogam com a atualidade, esses talentos têm conquistado espaço nas plataformas digitais, festivais e nas playlists dos amantes de música brasileira. 

Sabe aquela sensação de que a MPB é um tesouro infinito, que se reinventa a cada geração? Pois é exatamente isso que sentimos ao mergulhar nos sons que vêm surgindo por aí. A riqueza de influências e a autenticidade de suas produções, representam a pluralidade cultural do Brasil.

Esses novos talentos mostram que a música popular brasileira continua sendo um celeiro de criatividade e inovação. São nomes que honram as influências e quem veio antes, bebendo da fonte da história da nossa música, desde os primórdios, mas que também trazem suas personalidades próprias e muita novidade sonora e de performance, experimentando e expandindo os horizontes da nossa música.

Essa renovação não apenas dá continuidade ao legado de grandes nomes da nossa música, mas também apresenta novas perspectivas, conectando o público com experiências sonoras inovadoras e emocionantes.

É isso: a MPB está viva, pulsante e – o melhor – cada vez mais diversa!

Trouxemos uma lista com 10 novos talentos da MPB que você precisa conhecer: artistas mostram que a música popular brasileira está sempre se reinventando, incorporando elementos de outras vertentes musicais, como o pop, o eletrônico, o R&B e até mesmo o hip hop, sem perder e honrar suas raízes. 

Artistas que, em suas músicas, abordam temas que refletem o momento atual, como questões sociais, políticas, emocionais e culturais, ressoando especialmente com as novas gerações. Essa diversidade de estilos e narrativas reforça a relevância da MPB no cenário musical contemporâneo, provando que ela continua a ser uma das mais vibrantes e dinâmicas expressões culturais do nosso país.

10 novos talentos da MPB que você precisa conhecer

1 – Jota.pê

Com apenas um mês após o lançamento de seu segundo álbum, em março de 2024, “Se Meu Peito Fosse O Mundo”, com participações de Xênia França e Gilsons, o cantor, compositor e instrumentista paulista Jota.pê atingiu a marca de mais de 2,5 milhões de plays no Spotify. 

O álbum recebeu três indicações ao Grammy Latino de 2024 e foi premiado nas três categorias: Melhor Álbum de Música Popular Brasileira / Música Afro-Brasileira; Melhor Álbum de Engenharia de Gravação; e Melhor Canção Em Língua Portuguesa, com “Ouro Marrom”. 

Nascido em Osasco, o artista de 31 anos lançou alguns singles e seu primeiro álbum “Crônicas de um Sonhador” em 2015. Em 2021, lançou o EP “Garoa” (de 2021) e, paralelamente, iniciou o duo ÀVUÀ com sua amiga Bruna Black, com quem lançou um álbum em 2022: “Percorrer em Nós”.

Em sua trajetória, Jota.pê já se apresentou no “TEDx”, “Memorial da América Latina”, “Sofar Sounds”, “ColorsxStudio”,  fez turnê pela Europa, e participou do “The Voice Brasil”, sendo considerado por Lulu Santos uma das melhores vozes de todas as temporadas do programa. 

Escute Jota.pê no Spotify

2 – Os Garotin

Os Garotin é um trio formado pelos músicos Anchietx, Cupertino e Leo Guima, crias da cidade de São Gonçalo, Rio de Janeiro, que já tinham cada um os seus trabalhos solos em paralelo, e uniram suas influências e referências musicais criando um som singular, que evocam os antigos bailes blacks. 

Em 2023, o trio lançou o EP “Os Garotin Session”, que foi o precursor da carreira, com sucessos como “Queda Livre”, “Pouco a Pouco” e o viral “Zero a Cem”.

Em seguida, veio mais um EP, no mesmo ano – “Só Vem” – e outro em 2024: “Mais Uma História de Amor”, que contou com a participação de Caetano Veloso na faixa “Nossa Resenha”.

O álbum primeiro álbum, “Os Garotin de São Gonçalo”, de 2024, é uma ode à Soul Music, à essência da MPB e à energia do R&B, tudo isso emoldurado por uma atmosfera repleta de sentimento e groove. 

O álbum venceu na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa do Grammy Latino 2024.

Em 2024, Os Garotin estiveram no line-up dos principais festivais do país, como Doce Maravilha, Sarará, Turá e Rock The Mountain, além de abrirem os shows de despedida da turnê “AmarElo – Gira Final”, do Emicida, na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro.

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3 – Ana Frango Elétrico

Multi-artista de apenas 27 anos, Ana Frango Elétrico tem uma prolífica carreira, tendo conquistado admiradores em todo o mundo, com atuação nas áreas do canto, composição, pintura, poesia e produção.

Ana começou a  fazer aula de experimentação sonora aos seis anos de idade. Aos sete, já sabia ler partitura e tocava piano clássico em recitais. Aos 10 anos, passou na prova de admissão da escola de música “Villa-Lobos“. Aos 16 começou a compor as primeiras músicas que entraram para seu primeiro álbum, “Mormaço Queima“, lançado em 2018. 

O segundo álbum de Ana Frango Elétrico, “Little Chicken Heart”, de 2019, foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa e rendeu para Ana o APCA de Revelação do Ano, sendo muito bem recebido pela crítica internacional.

Em 2023,  lançou o aclamadíssimo terceiro álbum – “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua” – que venceu a categoria Melhor Lançamento de Pop/Rock do Prêmio da Música Brasileira. 

O álbum apresenta uma fusão de gêneros, incluindo jazz pop, synth-pop, boogie, lounge e funk, destacando a versatilidade e a criatividade musical de Ana.

Ana Frango Elétrico também já produziu álbuns importantes de novos artistas da música popular brasileira, como as bandas Bala Desejo e Sophia Chablau e uma enorme perda de tempo.

Escute Ana Frango Elétrico no Spotify

Em 2023, Ana Frango Elétrico esteve no “Vitrine”, podcast especial da Novabrasil, que apresentou mais de 40 diferentes nomes da música popular brasileira contemporânea que merecem uma audição atenta.

4 – Jonathan Ferr

Jonathan Ferr é um pianista brasileiro de Urban Jazz. Nascido no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro, Ferr mistura Jazz, Neo soul, Hip hop e música eletrônica em um fantástico jazz psicodélico. O artista é um representante do afrofuturismo brasileiro. 

Em janeiro de 2023, Jonathan lançou seu álbum mais recente, “Liberdade”, com a proposta de “samplear” a si mesmo. O projeto completo totaliza dez faixas, trazendo como participações especiais nomes de destaque da nova geração da música nacional, como Coruja BC, Zudizilla, Luedji Luna, Rashid, Jesuton, Tuyo e Kaê Guajajara, entre outros.

Em “Liberdade” o artista se propõe a quebrar as fronteiras entre o jazz, R&B e Hip-Hop. Considerado pelo jornal El País como “garoto-estandarte” do jazz carioca, Ferr já se apresentou também no Rock in Rio e nos maiores festivais de jazz do Brasil, como na edição de 2020 do Rio Montreux Jazz Festival, além de clubes do gênero em países como Portugal, Espanha, Alemanha e Holanda. 

Festivais como Primavera Sound, Noites Cariocas e The Town também estão na sua trajetória. Além disso, em 2022 e 2023 o artista foi indicado ao Prêmio Multishow na categoria de Melhor Instrumentista. 

Atração musical da cerimônia de entrega do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023, o artista também se apresentou no Prêmio da Música Brasileira em 2024, em uma homenagem a Tim Maia. 

Com reconhecimento internacional, em 2024, Jonathan Ferr se apresentou no tradicional festival Womex, em Manchester, no Reino Unido, sendo o único nome brasileiro no line-up.

Escute Jonathan Ferr no Spotify!

Em 2023, Jonathan Ferr foi um dos convidados do “Vitrine”, podcast especial da Novabrasil, que apresentou mais de 40 diferentes nomes da música popular brasileira contemporânea que merecem uma audição atenta.

5 – FBC

FBC é um artista de destaque no rap brasileiro, reconhecido por suas letras profundas e produções dinâmicas que capturam realidades urbanas. Além de sucessos como “Se tá solteiro” e “De Kenner”, ele se apresenta regularmente em shows e festivais por todo o Brasil, e suas colaborações com outros grandes artistas como Djonga, Don L e Ana Frango Elétrico enriquecem ainda mais o cenário musical. 

Nascido Fabricio Soares Teixeira, em Belo Horizonte, passou a usar o nome artístico FBC por conta da abreviatura de seu primeiro nome, que usava desde a infância, para anotar seus recordes em jogos de máquinas de fliperama. Futuramente o usaria ao se inscrever nas batalhas de rap.

Seu álbum “O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta”, lançado em 2023,marca uma fase significativa em sua carreira, explorando temas introspectivos e complexos que têm recebido elogios de fãs e críticos. A versão ao vivo deste álbum, gravada em Belém, acrescenta uma nova dimensão ao seu trabalho com arranjos e performances inovadores que mostram sua habilidade como showman.

Antes disso, o artista de 35 anos lançou outros quatro álbuns: “S.C.A” (2018); “Padrim” (2019); “Best Duo” (com a rapper mineira Iza Sabino, em 2020); “Outro Rolê e Baile” (com o produtor e beatmaker belo-horizontino Vhoor, em 2021).

Com sucesso nacional e internacional, FBC lançou seu mais novo álbum – “Feito à Mão” – em 2024.

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6 – Assucena

A cantora e compositora Assucena ficou conhecida pelo trabalho desenvolvido durante seis anos com a banda “As Baías”, com a qual foi indicada duas vezes ao Grammy Latino (em 2019 e 2020) e conquistou duas categorias no 29º Prêmio da Música Brasileira. 

Nascida e crescida em Vitória da Conquista, no sertão da Bahia, Assucena constrói sua identidade artística a partir das influências da música baiana – em especial o Tropicalismo -, assim como das mais variadas vertentes da música popular brasileira, em composições e interpretações que dialogam com ritmos diversos como o samba, o rock e a música pop contemporânea.

Em 2022 – depois de fazer um primeiro show-solo, “Rio e também posso chorar”, no ano anterior, em homenagem aos 50 anos de lançamento do álbum Fatal – Gal a todo vapor, de Gal Costa – a artistalançou os primeiros singles da carreira solo: a canção autoral inédita “Parti do Alto” e uma releitura-homenagem de “Ela”, gravada por Elis Regina há 50 anos. 

Assucena também lançou, ainda em 2022, “Menino Pele Cor de Jambo”, primeiro single do seu primeiro álbum solo “Lusco-Fusco”, que chegou ao mundo em 2023. Com sua voz potente, composições sensíveis e presença de palco marcante, os primeiros trabalhos da artista em carreira solo foram muito bem recebidos pelo público e pela crítica especializada. 

Paralelamente, Assucena estreou também no teatro, com a peça “Mata teu pai, Ópera-balada”, com texto de Grace Passô e direção de Inez Viana, e com a qual foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2023 como melhor atriz. 

Escute Assucena no Spotify.

Em 2023, Assucena foi uma das convidadas do “Vitrine”, podcast especial da Novabrasil, que apresentou mais de 40 diferentes nomes da música popular brasileira contemporânea que merecem uma audição atenta.

7 – Zaynara

Zaynara, 23 anos, nascida e criada no município de Cametá, no nordeste Pará, teve acesso à música desde pequena, impulsionada por sua família, também formada por músicos. Aos oito anos, começou a fazer apresentações em concursos de calouros regionais e na igreja. 

Em 2019, aos 17 anos, iniciou profissionalmente a sua carreira na música, com o seu timbre de voz marcante e estilo único. A cantora passou a investir também em um novo gênero musical que, com ela, começou a se expandir pelo Norte, o beat melody. 

Em 2022, lançou o seu primeiro álbum, com nove faixas, intitulado “É Beat Melody”, que além do hit “Quem Manda em Mim”, traz a bem-sucedida “A Destruidora”. Em 2023, fez um comentado show no “Festival Psica”, realizado no Mangueirão, com grande repercussão nas redes sociais. 

Em abril de 2024, Zaynara lançou o single e clipe de “Sou do Norte”, com grande repercussão na imprensa. Neste mesmo ano, foi anunciada pelos canais Multishow como uma das cinco apostas das emissoras na nova edição do projeto anual “Alerta Experimente”. 

Em dezembro de 2024, a cantora ganhou a categoria Revelação do Ano no Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Escute Zaynara no Spotify.

8 – Kaê Guajajara

Artista da Música Popular Originária (MPO), Kaê Guajajara apresenta em seu trabalho musical cantos e sonoridades inéditas com o intuito de educar, conscientizar e convidar os seus ouvintes para a missão coletiva sobre o bem viver, estabelecendo um elo entre ancestralidade e futuro. 

A multiartista realiza trabalhos como curadora, escritora, compositora, atriz e arte educadora e traz em sua arte importantes reflexões a respeito do que significa ser indígena no Brasil nos dias atuais. 

Kaê Guajajara nasceu em Mirinzal, no Maranhão, em um território indígena não demarcado pela FUNAI que sofre constantes ataques de madeireiros –  violência contra a natureza, e os corpos, principalmente das mulheres. Kaê se mudou, ainda criança, para o Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, e lá passou a viver a experiência de ser uma indígena em contexto urbano. 

Teve sua vida marcada por preconceitos e racismo, violências por conta de seus traços e origem. A favela da Maré lhe deu a coragem de denunciar. Mais que uma expressão artística, ela vê na música uma forma de resistir e se manifestar contra o silenciamento dos povos originários imposto pelos colonizadores e perpetuada até hoje pelos seus descendentes.

A artista – que une elementos do hip-hop a instrumentos tradicionais e elementos de sua língua materna Ze’egete, já lançou quatro álbuns de estúdio: Kwarahy Tazyr (2021); Zahytata (2023) e Forest Club (2024); além dos EPs:Hapohu (2019); Uzaw (2020) e Wiramiri (2020).

Escute Kaê Guajajara no Spotify.

Em 2023, Kae Guajajara foi uma das convidadas do “Vitrine”, podcast especial da Novabrasil, que apresentou mais de 40 diferentes nomes da música popular brasileira contemporânea que merecem uma audição atenta.

9 – Melly

Com um DNA musical único, Melly canta desde os 6 anos. A cantora e compositora baiana de Salvador, tem apenas 23 anos e construiu sua identidade sonora a partir do R&B norte-americano e, com sua autenticidade afro-baiana, tornou-se uma promessa potente na cena musical brasileira. 

Em 2023, Melly foi premiada como Artista Revelação no Prêmio Multishow e se apresentou em importantes festivais, incluindo Rock The Mountain, MECA – Inhotim, MITA e WOW. 

Já em 2024, lançou “Amaríssima”, seu primeiro álbum de estúdio, composto por 12 faixas que contam com colaborações de nomes como Liniker e Russo Passapusso. Com produção musical e composições assinadas pela própria artista, o projeto transita entre o pop e o R&B, celebrando a diversidade e a expressão pessoal de Melly. 

A artista, que é considerada uma das vozes mais potentes da atualidade, concorreu pelo segundo ano consecutivo ao Prêmio Multishow, agora na categoria “MPB do ano”, com a faixa “Cacau”, que integra seu álbum de estreia, além da indicação ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. 

Para encerrar a tríade de indicações, a cantora também foi destaque no WME, premiação voltada para as mulheres, na qual concorreu na categoria Música Alternativa, com a faixa “10 Minutos” e foi vencedora na categoria Compositora, ao lado de grandes vozes femininas.

Escute Melly no Spotify.

10 – Natascha Falcão

Indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Artista Revelação de 2023, Natascha Falcão é uma voz nordestina em ascensão.

“Ave Mulher”, seu primeiro álbum, lançado em março de 2023, além de celebrado pela crítica, confirma a força, a potência e inventividade dessa multiartista. Primeira pernambucana a ser indicada em categoria principal ao prêmio mais importante da indústria musical, Natascha também cantou a abertura da novela “No Rancho Fundo” – da Rede Globo –  ao lado de Elba Ramalho, teve música na trilha da trama e brilhou também como atriz, interpretando a personagem Lola.

Aos 37 anos, Natascha Falcão reside há mais de uma década no Rio de Janeiro (RJ), cidade para onde migrou em 2013, vinda do Recife (PE) natal, para se dedicar à carreira musical.

Na cidade carioca, Natascha integrou a banda Pirarucu Psicodélico, se formou em dança e deu os primeiros passos na discografia solo em 2019, ano em que lançou o EP “Kitsch”. Três anos depois, lançou o single Banho de Flor (2022).

Contudo, foi mesmo com o lançamento do primeiro álbum, “Ave Mulher”, que a artista abriu o caminho que a levou à surpreendente indicação ao Grammy Latino 2023. Gestado desde 2019, o álbum foi gravado com produção musical e arranjos de Beto Lemos. 

No disco, Natascha Falcão transita por gêneros musicais nordestinos como coco, ciranda, maracatu, frevo, além de pisar no território pernambucano do Mangue Beat. 

Escute Natascha Falcão no Spotify.

Gostou da lista?

Esses são apenas os 10 primeiros nomes de uma lista muito maior de talentos incríveis que estão fazendo a MPB pulsar. Fiquem ligados que em breve trazemos mais novidades. E claro, ouçam muita Novabrasil FM!

Enquanto isso, aproveitem para maratonar o “Vitrine”, podcast especial da Novabrasil, em que eu – Lívia Nolla – converso com mais de 40 diferentes nomes da música popular brasileira contemporânea, que merecem uma audição atenta.

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