Cinco ícones da nossa música retratados no teatro musical brasileiro

Nos próximos dias 14 e 15 de outubro, o musical Belchior – Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro volta aos palcos, para retratar a vida e a obra do grande artista cearence que fez história na música popular brasileira.

O espetáculo, que já encantou diversas regiões do país, estará de volta a São Paulo, no Teatro Bravos, com novos textos e músicas, para celebrar a poética de Antônio Carlos Belchior. 

A peça, dirigida por Pedro Cadore, que também assina a dramaturgia ao lado de Cláudia Pinto, faz um recorte da juventude de Belchior, por meio de uma dramaturgia formada por trechos de entrevistas do próprio cantor. 

Entrelaçando seus pensamentos acerca de um mundo desconcertado, revive apresentações de um show seu, em diversas fases da vida. Na história, o ator e cantor Pablo Paleologo vive o cantor cearense, enquanto Bruno Suzano interpreta o “Cidadão Comum”, personagem recorrente nas canções de Belchior e, de certa forma, seu alter ego.

Belchior | Foto: Mario Luiz Thompson / Divulgação
Belchior | Foto: Mario Luiz Thompson / Divulgação

Mais do que sua biografia, a peça pretende mostrar ao espectador a filosofia de um dos maiores e mais curiosos ícones da música popular brasileira. Além dos atores, uma banda ao vivo com quatro músicos – Emília B. Rodrigues (bateria), Rico Farias (violão/guitarra), Silvia Autuori (baixo/violino) e Thomas Lenny (teclado), traz sucessos como: Alucinação, Apenas Um Rapaz Latino Americano, A Palo Seco, Na Hora do Almoço, Coração Selvagem, Medo de Avião, Mucuripe, Como Nossos Pais, Paralelas, Velha Roupa Colorida e Sujeito de Sorte.

“Com o espetáculo queremos marcar o resgate de Antônio Carlos Belchior, trazendo à tona seu discurso ainda atual em relação a política brasileira. O cantor acreditava na potência transformadora da arte na vida das pessoas e diante de um cenário repleto de insegurança sobre o futuro, a voz desse belíssimo poeta se faz necessária para pensarmos um novo mundo”, conta do diretor, Pedro Cadore

Belchior – Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro

Data: 14 e 15 de Outubro

Horário: Sábado 21h e domingo 19h.

Local: Teatro Bravos – Rua Coropé, 88, São Paulo – São Paulo

Da mesma forma que Cadore faz com Belchior, diversos outros autores, atores e diretores já levaram para os palcos de todo o Brasil a história da vida e da obra de grandes ícones da música popular brasileira.

Elza Soares, Cazuza, Cássia Eller, Luiz Gonzaga, Clube da Esquina, Sidney Magal, Dominguinhos, Ney Matogrosso, Dona Ivone Lara, Jackson do Pandeiro e Alcione foram apenas alguns dos artistas cujas trajetórias já ganharam os palcos do teatro musical brasileiro.

Musicais sobre ícones da música brasileira em cartaz no Brasil este ano

E hoje, eu preparei uma seleção de musicais que estão ou estarão ainda este ano em cartaz pelos teatros do Brasil, levando para os palcos a história de vida e a obra de grandes ícones da música popular brasileira.

1 – Elis, A Musical

Data: 11 de Outubro a 3 de Novembro

Horário: Quinta, Sexta e Sábado às 20h00, Sexta e Sábado às 16h00, Domingo às 19h00

Local: Teatro Riachuelo RJ – Rua do Passeio , 40, Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

Sucesso de bilheteria visto por mais de 380 mil espectadores, o espetáculo Elis, A Musical, voltou aos palcos em 2023, para comemorar 10 anos de sua estreia, que foi lá em 2013.

E o espetáculo continua rodando o Brasil, agora em 2024! As próximas apresentações acontecem entre os dias 11 de outubro e 3 novembro, no Teatro Riachuelo Rio, no Rio de Janeiro. 

Com novidades no elenco, figurino e cenografia, o musical promete emocionar, mais uma vez, os espectadores, recriando os momentos mais marcantes da carreira e trajetória pessoal da cantora gaúcha e apresentando mais de 50 obras musicais que se tornaram grandes sucessos na voz da artista. 

O espetáculo conta com texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade e com direção de Dennis Carvalho. Dentre as premiações que consagraram o espetáculo, Elis, A Musical recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo (Prêmio Reverência); Melhor Direção Musical (Prêmio Cesgranrio); Melhor Produção (Prêmio APTR); Melhor Coreografia e Cenografia (Prêmio Bibi Ferreira); e Melhor Figurino (Prêmio Cenym).

Em 2023, ganhou o prêmio Musical Rio Destaques, como Musical do Ano; Musical Biográfico; Ícone do Ano para a atriz Laila Garin, que interpreta Elis Regina desde a primeira montagem; e Atriz Alternante para Lilian Menezes, que agora alterna o papel principal com Laila.

2 – Rita Lee – Uma Autobiografia Musical

Data: 12 de Julho a 15 de Setembro 

Horário: Sexta e Sábado às 20h00, Sábado às 16h00, Domingo às 17h00

Local: Teatro Porto – Alameda Barão de Piracicaba, 740, São Paulo – São Paulo

Dez anos depois da estreia do grande sucesso Rita Lee Mora ao Lado (musical de 2014),a atriz Mel Lisboa volta a interpretar a nossa maior roqueira em um musical inédito, desta vez inspirado na autobiografia da cantora. 

Em 2014, Mel Lisboa nunca imaginaria que a própria Rita Lee apareceria para assistir o espetáculo sem avisar, abençoaria sua performance e ainda voltaria para assistir outras vezes Rita Lee Mora ao Lado.

O trabalho como Rita rendeu para Mel prêmios como melhor atriz e a colocou de vez entre os maiores nomes do teatro nacional, com uma frutífera e diversificada carreira.

A nova montagem, Rita Lee – Uma Autobiografia Musical, tem direção de Márcio Macena e Débora Dubois; direção musical de Marco França e Marcio Guimarães e, junto com Mel, estão no elenco Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. 

Diferente do projeto anterior, dessa vez, Mel Lisboa conta a história de Rita Lee com base no livro da cantora, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. O livro narra os altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada.

Todos os ingressos para o espetáculo, que está em cartaz até o dia 15 de setembro no Teatro Porto, em São Paulo, já estão esgotados.

3 – Clara Nunes, a Tal Guerreira

Data: 2 de Agosto a 1 de Setembro 

Horário: Sexta e Sábado às 21h00, Sábado às 17h00, Domingo às 16h00 e 20h00 

Local: Teatro Bravos – Rua Coropé, 88, São Paulo – São Paulo

Clara Nunes, uma das maiores cantoras da história do nosso país, é trazida ao nosso tempo e às nossas questões de liberdade artística e poética, em uma celebração de brasilidade.

O espetáculo Clara Nunes – A Tal Guerreira, tem idealização de Vanessa da Mata e direção de Jorge Farjalla, e ficará em cartaz do dia 02 de agosto ao dia 01 de setembro, no Teatro Bravos, localizado no Complexo Aché Cultural.

O musical surge como uma forma de celebração à brasilidade, trajetória, vida e sensibilidade da cantora que marcou o país. Trata-se de um ritual: uma viagem onírica pela trajetória da intérprete que escreveu seu nome na história da música popular brasileira por meio do samba e de sua busca na religiosidade de um povo ecumênico, miscigenado e plural, universalidade das raças dentro de um corpo-partitura, que cultua os santos, reza um canto e canta um ponto. 

Desde o continente africano até uma cidade no interior do Brasil, nas Minas Gerais, os povos se fundem para contar e cantar a vida de nossa eterna sabiá. “É um dos desafios mais importantes e bonitos de toda a minha carreira. Já rodei pelo Brasil me apresentando com minhas turnês nos mais variados teatros, mas interagir com esse mesmo espaço, através de um prisma teatral e interpretar esse ícone brasileiro, é uma imensa responsabilidade”,  comenta Vanessa da Mata

Além de Vanessa da Mata, que interpreta Clara Nunes, o elenco principal é formado por Badu Morais como Clara Nunes Alternante, atriz, poetisa e produtora, de descendência afro indígena, natural de Natal, no Rio Grande do Norte – e outros nomes como Carol Costa, André Torquato e Renan Mattos.

4 – Capiba, Pelas Ruas Eu Vou

Data: 5 e 6 de Agosto

Horário: Segunda e Terça, 20h

Local: Teatro Santander – Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, São Paulo – São Paulo

Em agosto, a capital paulista terá o prazer de receber um espetáculo que é uma verdadeira celebração a um dos gêneros mais importantes do Brasil: o frevo.

O musical Capiba, Pelas Ruas Eu Vou…, criado a muitas mãos com o objetivo de valorizar a rica e plural cultura pernambucana,  o espetáculo estreou em 2022, na comemoração de 30 anos do Aria Social, que atende mais de 450 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, transformando vidas por meio da arte. Para isso, o projeto conta com aulas de dança e música, realizadas no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, zona sul da Região Metropolitana do Recife.

O espetáculo já foi visto por mais de 13 mil espectadores e conta a história do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa (1933-1997), o Capiba, um dos grandes nomes do gênero musical. 

Capiba é o maior compositor de frevos pernambucanos, mas sua obra vai muito além desse ritmo, com valsas, choros, maracatus, sambas, marchas e música erudita, chegando a mais de 200 composições, entre elas a ópera Missa Armorial, uma obra-prima. É isso que mostramos no espetáculo: a multiplicidade e a riqueza do legado de Capiba”, conta a bailarina Cecilia Brennand, presidente do Aria Social e diretora-geral do musical. 

A direção musical e a regência do espetáculo são da maestrina Rosemary Oliveira, vice-presidente do Aria Social, e a concepção, direção artística e coreografia são de Ana Emília Freire. 

Durante cerca de uma hora, o musical apresenta a trajetória do menino nascido em Surubim, no Agreste pernambucano, em 28 de outubro de 1904. Filho de um mestre de banda, Capiba já lia partituras mesmo antes de aprender a ler. Morou na Paraíba e aos 26 anos foi para o Recife, onde trabalhou como funcionário do Banco do Brasil e cursou a Faculdade de Direito do Recife, tudo isso sem nunca deixar a música de lado. 

A primeira composição de Capiba, Valsa Verde, é de 1931, e é apenas uma das que, entre frevos dos anos 30, valsas apaixonadas, sambas, maracatus, ciranda, marchas e ópera, servem de trilha para Capiba, Pelas Ruas Eu Vou…, que conta também com uma orquestra de câmara e projeções de cinema e fotografias que fazem o público mergulhar no espetáculo. 

5 – Gonzaguinha, O Musical

Data: 19 de julho

Horário: Sexta, às 20h30

Local: Teatro Brigitte Blair – R. Miguel Lemos, 51 – h, Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

Uma versão poética da vida e da obra de Gonzaguinha, o espetáculo que já foi sucesso em vários lugares do país, volta em única apresentação, no Rio de Janeiro.

Gonzaguinha, o Musical conta a história de um dos maiores compositores e intérpretes brasileiros, com o intuito de preservar a memória desse ícone da MPB, apresentando passagens da vida do artista, que iniciou sua trajetória na década de 60, em meio à ditadura militar, e seguiu cantando seus amores e anseios pela vida.

No palco, sete artistas fazem brilhar ainda mais a obra de Gonzaguinha, que deixou um legado de músicas belíssimas e letras inteligentes que marcam gerações, inclusive por meio de outros grandes intérpretes, como Maria Bethânia, Elis Regina, Simone e Fagner.

14 músicas que misturam xote, samba, baião e a música romântica do poeta do povo são apresentadas nesse musical cheio de emoção que leva o público a sentir de novo o que só as letras especiais de Gonzaguinha conseguem fazer. 

O texto é do poeta e letrista Gildes Bezerra, o papel principal fica por conta do ator Rogério Silvestre, a direção é de Breno Carvalho, e a direção musical fica por conta do cantor e músico Cacá Franklin.

por Lívia Nolla

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