Tabata Amaral ainda espera indicação de vice do PSDB

Mesmo com o anúncio de que José Luiz Datena pode sair como candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, a pré-candidata do PSB disse que ainda acredita que o partido tucano pode cumprir a palavra e indicar o vice da sua chapa. Tabata Amaral foi a entrevistada desta terça-feira (23) na rodada de sabatinas realizada pelo Jornalismo da Novabrasil, em parceria com o SBT News.

As convenções dos dois partidos está agendada para o mesmo dia, no sábado, dia 27 de julho. “Eu firmei um acordo com o PSDB em que indicaria candidato a vice, numa proposta focada em São Paulo. PSDB mudou de ideia e lançou o candidato Datena. A gente não muda de palavra, caso o Datena desista e o PSDB queria cumprir o acordo, a gente vai entender quem seria esse vice. Já está claro que não seria o Datena, não faz sentido”, disse Tabata. Segundo ela, existem pelo menos três nomes de tucanos em discussão: José Aníbal, Ricardo Trípoli ou Mário Covas Neto, o Zuzinha.

Ação contra Marçal na justiça

Logo após a entrevista de uma hora ao vivo, Tabata ainda contou à reportagem da Novabrasil que o PSB entrou nesta segunda (22) com uma representação contra o pré-candidato do PRTB, Pablo Marçal, por abuso de poder econômico. Segundo ela, foi descoberto um esquema de remuneração aos seguidores dele para compartilharem nas redes cortes de vídeos do ex-coach atacando adversários políticos e também jornalistas. “Essa prática é completamente ilegal e completamente vedada pela justiça eleitoral”.

A reportagem da Novabrasil entrou em contato com a campanha de Pablo Marçal que, em nota, respondeu não ter sido notificada e completou dizendo que o pré-candidato deve aguardar a citação para então responder.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

Cracolândia e revitalização do centro de SP

Para Tabata, a resolução de um problema macro como a segurança pública de São Paulo vem da parceria entre Governo Federal, Estado e município. Por isso, para enfrentar a cracolândia e a insegurança nas ruas, a pré-candidata à prefeitura de São Paulo vai focar nesse trabalho conjunto. “Você pode mudar a sede do Governo, gastar milhões de reais; mas se a gente não olhar para a segurança, não olhar para a Cracolândia, não olhar para a questão da moradia, não vai resolver”, pontuou.

De acordo com a deputada federal, é necessário um olhar para a Cracolândia sem defini-lo em um local específico, já que, segundo ela, existem mais de 70 pontos de drogas espalhados na Capital.

“A Cracolândia é um sistema que lucra milhões de reais e é um sistema criminoso. Precisamos ter coragem de trabalhar com o Governo do Estado para responder perguntas que ninguém quer responder, como: de que forma o crack entra e como R$200 milhões são lavados e ninguém vê esse dinheiro?”. Para Tabata, além desse viés político, o viés social deve ser tratado, já que o estigma sobre a população viciada em entorpecentes ainda é muito presente na sociedade atual.

Uma promessa de campanha da maioria dos pré-candidatos, a revitalização do centro de São Paulo precisa de mobilidade para ter eficácia no ponto de vista de Tabata. Segundo ela, ruas mais seguras precisam de pessoas transitando e de moradias, por meio de locação social e transformando 20% dos imóveis abandonados na Capital paulista em habitação. Depois, o próximo passo é gerar mais emprego e renda, como apontou.

Mobilidade Urbana

Um tema que não pode faltar em qualquer sabatina com pré-candidatos à prefeitura de São Paulo diz respeito ao deslocamento dos paulistanos, sobretudo dos pedestres. Além da qualidade do transporte público, a falta de educação de alguns motoristas coloca em risco a vida das pessoas que caminham pela cidade. Inclusive, recentemente o DetranSP iniciou campanha sobre o assunto, que reforça a importância de se respeitar a faixa de pedestres e as sinalizações, iniciativa que visa preservar vidas.

Heródoto Barbeiro colocou o assunto em discussão, para saber o que Tabata tem pensado para solucionar a situação. A pré-candidata afirmou que juntou um time reforçado com 750 especialistas para encontrar as respostas para os problemas de São Paulo. Entre os nomes, Claudia Costin, Leandro Piquet e Paulo Saldiva. O último, inclusive, saiu na mais recente lista ‘50 for 50’ da revista Forbes, que reúne 50 pessoas com mais de 50 anos que seguem contribuindo em suas áreas de atuação.

Na pauta da mobilidade, Renata Falzoni e Professor Jurandir se juntaram à equipe de Tabata Amaral e entenderam que, de acordo com a deputada federal, “é necessário enxergar a situação com auxílio da tecnologia e criar um comitê para essa gestão é o primeiro passo a se dar”, explica Tabata. “A segunda coisa a se fazer é utilizar os dados com inteligência, com câmeras que ajudem na fiscalização de cada área da cidade”, completa.

Por fim, Tabata projeta que fazer um investimento pesado em transporte público e colocar mais ônibus nas ruas vai garantir que as pessoas deixem seus carros na garagens, o que desafogaria o trânsito. “A gente precisa priorizar o transporte público, mas não apenas no discurso. A nossa frota está 20% menor desde a panemia [por Covid-19], tem menos ônibus circulando. As pessoas vão utilizar o transpote público quando ele for mais rápido que o carro. É preciso, então, retomar a frota, expandir as faixas de ônibus e reorganizar as linhas de ônibus da cidade”, explana Tabata Amaral.

A pré-candidata pelo PSB ainda declarou que não criará taxas para carros e nem ampliará o rodízio urbano no centro expandido. Sobre a tarifa zero no transporte público, para Tabata “a capital não tem dinheiro para ceder o benefício todos os dias da semana”, finaliza.

Contratos e parcerias com a prefeitura

A pré-candidata defendeu a continuidade de parcerias das concessões na cidade. “Não dá para cuidar de uma cidade grande como essa sem parcerias público-privadas”, mas afirmou que há” muito contrato mal desenhado” e que é preciso “ter coragem de rever”.

Tabata relembrou a Operação Fim de Linha da Receita Federal, Ministério Público, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), contra organizações criminosas que estariam lavando dinheiro do crime através das empresas de ônibus da capital.

“Com denúncia, investigação, processo, a gente não tem que negociar. O prefeito de São Pualo, após essa denúncia de que as empresas estavam ligadas com o crime organizado, foi lá numa das empresas para elogiar, depois quis, à força, entregar o hidroviário da represa Billings para uma dessas empresas. Isso não vai ter no meu mandato”, declarou.

A deputada federal também defendeu o envolvimento da Polícia Federal nas investigações contra o crime organizado na cidade. “defendo que a Polícia Federal deveria estar envolvida na investigação, porque o crime de tráfico de drogas é internacional. Se for comprovado que essas empresas, ao que tudo indica, lavavam dinheiro do crime organizado, encerra o contrato. Não dá ára continuar permitindo que o dinheiro do trabalhador financie o crime organizado”.

Sabesp

A pré-candidata à prefeitura de São Paulo descartou o fim do contrato com a Sabesp, em pleno processo de privatização. Tabata disse não haver outra opção, no momento, na cidade. Mas foi contra a privatização.

“Venderam a Sabesp, uma única empresa quis comprar e ser a acionista de referência, essa empresa não tem experiência em saneamento básico, ela atua na área de energia, é a pior ranqueada na área de energia, pagou menos pela Sabesp do que a ação é vendida no mercado. Acho importante as pessoas saberem que foi um processo acelerado”, ponderou.

Tabata Amaral afirmou que é com a “Sabesp que temos que contar”. Ela também enfatizou que poderia “perder essa oportunidade para chamar a atenção das pessoas para o que está acontecendo”, sobre as possíveis irregularidades no processo.

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