O kit de uniformes entregues a atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 voltou a ser alvo de críticas. O atleta do decatlo José Fernando Ferreira, conhecido como Balotelli, desabafou sobre não ter recebido um material adequado à quantidade de provas que ele disputa, além de ter que bancar sete pares de sapatilhas pelo próprio bolso. O Estadão entrou em contato com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e com a Puma Brasil, fornecedora esportiva responsável pelos materiais, mas ainda não obteve respostas. Assim que houver, a matéria será atualizada.
“Vocês não tem ideia do quanto foi brochante receber o material da seleção. Sempre achei que, nas Olimpíadas, receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas, mas parece que não é bem assim para nós”, escreveu Ferreira, no X (antigo Twitter).
O decatlo é composto por dez provas em dois dias. No primeiro, são disputados 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 metros rasos. No segundo, 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500 metros.
“Utilizo sete sapatilhas de modelos diferentes, cada uma para prova específica. Estou indo para os Jogos Olímpicos sem patrocínio de marca esportiva, ou seja, vou investir do meu dinheiro para comprar as sapatilhas, sei que vai me ajudar muito”, completou o atleta, que, ao todo, passa 20 horas na pista de atletismo.
Há modelos de pares de sapatilhas para atletismo que custam em torno de R$ 800 cada. O gasto, Para Ferreira, então, gira em torno de R$ 5.600. No site oficial da Puma Brasil, patrocinadora da CBAt, há duas opções. Uma custa R$ 899,90. Outra, R$ 1.269,90.
Outro problema conforme o relato é a quantidade de roupas. O kit descrito por Ferreira tem uma regata, um macacão de treino e um short. “Assim que acabarem as provas do primeiro dia, irei voltar para a Vila (Olímpica) e lavar logo meu material, ou competir com sujo (no dia seguinte)”, lamentou.
A patrocinadora da CBAt é a Puma. A parceria começou em 2022 e ia até 2024, mas foi estendida até 2032, prevendo já os Jogos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032. A fornecedora lançou os uniformes deste ano em abril. A campanha de lançamento contou com participação de atletas que sequer estarão em Paris-2024, como Neymar.
A reclamação de Ferreira vem depois de Izabela Rodrigues da Silva já ter se queixado de não receber uniforme em tamanho adequado. Segundo ela, seu enxoval foi reduzido por falta de peças femininas de tamanho G. A entidade e a patrocinadora afirmam que já trabalham para resolver a situação.