O que é o nitazeno: opioide mais forte que heroína e fentanil apreendido em SP

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) encontraram o opióide nitazeno misturado com outras drogas comercializadas em São Paulo. A substância pode ser mais forte que a heroína e também é mais potente que o fentanil. As informações foram divulgadas pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, no último sábado, 20.

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Conforme as análises dos pesquisadores, foi constatada a presença do nitazeno nas drogas conhecidas como “K” e “Spice” apreendidas no estado de São Paulo. O anestésico fentanil também já havia sido detectado nos entorpecentes.

De acordo com o professor de toxicologia Maurício Yonamine, o opióide é de dez a vinte vezes mais potente do que o fentanil, que por sua vez, já é 50 vezes mais forte do que a heroína. “É uma droga com um potencial de causar dependência e fatalidades muito grande”, apontou o pesquisador.

Em 2023, foram apreendidos 157 quilogramas de drogas do tipo “K” e unidades de saúde públicas que realizam o tratamento de dependentes químicos, 36% dos pacientes questionados relataram ter utilizado o entorpecente recentemente. Além disso, a substância pode gerar transtornos mentais como a esquizofrenia em pessoas que possuem predisposição.

De acordo com o Departamento de Narcóticos do Estado de São Paulo, os entorpecentes são manipulados em países asiáticos e europeus, muito provavelmente com nitazeno já adicionado às drogas.

O que é o Nitazeno?

A substância foi desenvolvida durante os anos 1950 como um analgésico, entretanto, seu uso nunca foi aprovado pela medicina ou veterinária. A droga é sintética, ou seja, produzida a partir de produtos químicos e não naturalmente no meio ambiente, como a maconha, por exemplo.

Os primeiros registros do uso ilícito do entorpecente são de 2019, nos Estados Unidos, Reino Unido, e países dos Bálcãs. O nitazeno pode ser comercializado em pó, possuindo uma coloração amarela, marrom ou esbranquiçada, mas também pode ser encontrado em forma de pílulas. Apesar disso, há indícios de que a droga seja misturada com outras para reduzir custos de produção.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) configura o opióide como psicoativo, causando efeitos de euforia, sedação e uma maneira de consciência dormente-acordada, embora também gere paradas respiratórias.