Dia Nacional da Caridade: os reflexos positivos do altruísmo e da doação no nosso cérebro

A caridade tem reflexos para o nosso cérebro também. São vários experimentos que mostram os efeitos do altruísmo e da caridade na atividade cerebral. Alguns desses estudos, indicam que, a partir de uma determinada quantia de dinheiro, com opção para doar ou ficar em seu poder, as pessoas que optaram por fazer a doação desses valores tiveram alterações. Ao doar, eram ativadas áreas relacionadas com campos de recompensa e de prazer no cérebro.

A neurocientista e colunista da Novabrasil, Carla Tieppo, salienta que há outras áreas que também são acionadas. “São áreas ativadas quando você está em vínculo familiar ou de parentalidade, são formas de produzir um vínculo social com outras pessoas através de atos de altruísmo”, diz Carla.

Ela entende que o ser humano já é “programado” para valorizar esses atos de caridade, inclusive com marcações cerebrais fundamentais que produzem vínculos e formas de pertencimento. Isso vale tanto para quem está fazendo doação quanto para quem está recebendo, pois estabelece um vínculo social.

Carla Tieppo ressalta que “isso provavelmente tem a ver com elementos do nosso processo evolutivo. Em determinando momento, começamos a dividir o alimento, compartilhar espaços de segurança. Essas atitudes são formadoras de grupos e favorecem esses atos de altruísmo”. Ainda que isso tenha se perdido com o passar do tempo, essa vivência ainda reside em muitos grupos e pessoas que trabalham para diminuir as diferenças e ajudar pessoas em vulnerabilidade social.

A colunista diz ainda que os desafios de hoje são outros. “A gente vive numa selva urbana e precisamos desses grupos sociais. Ajudar as pessoas, fazer a caridade, nos ajuda a perceber que somos um grupo só e uma espécie lutando para manter seu planeta e sua vida com qualidade”, conclui Carla Tieppo.

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