O Crescente Vermelho palestino disse, neste sábado (29), que ainda não recebeu notícias de uma equipe de nove socorristas, quase uma semana depois que soldados israelenses atiraram contra ambulâncias na Faixa de Gaza.
O Exército israelense admitiu ter atirado contra ambulâncias e caminhões de bombeiros no sul de Gaza no domingo, identificando-os como “veículos suspeitos”.
Autoridades do Hamas denunciaram um “crime de guerra” e disseram que pelo menos uma pessoa morreu.
O incidente ocorreu no domingo no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, cidade na fronteira com o Egito, onde tropas israelenses lançaram uma ofensiva em 20 de março, dois dias após retomar os ataques aéreos contra o território palestino após uma trégua de dois meses.
“Pelo sétimo dia consecutivo, o destino de nove trabalhadores humanitários palestinos do Crescente Vermelho que foram sitiados e atacados pelas forças israelenses em Rafah permanece desconhecido”, disse a organização em um comunicado.
Também alegou que as autoridades israelenses impediram uma equipe de entrar na área de Tal al-Sultan para procurá-los.
Segundo um comunicado militar enviado à AFP, as tropas israelenses “abriram fogo contra veículos do Hamas e eliminaram vários terroristas”.
Minutos depois, “mais veículos avançaram suspeitosamente em direção às tropas […] que responderam com disparos”, relatou o Exército.
“Depois de uma investigação inicial, determinou-se que alguns dos veículos suspeitos […] eram ambulâncias e caminhões dos bombeiros”, acrescentou a força militar na nota.
O Exército não indica se foi alvo de disparos desses veículos, mas denunciou “o uso repetido” por parte das organizações em Gaza “de ambulâncias para seus objetivos terroristas”.
Na segunda-feira, a Defesa Civil de Gaza indicou que não tinha notícias de uma equipe de seis socorristas de Tal al-Sultan que foram mobilizados para atender às vítimas.
Na sexta-feira, reportou a descoberta do corpo do chefe da equipe, uma ambulância e um caminhão dos bombeiros, além de um veículo do Crescente Vermelho, “reduzidos a um monte de sucata”.
Um membro do escritório político do Hamas, Bassem Naim, acusou Israel de “um massacre brutal e deliberado” contra as equipes de resgate, o que “constitui uma violação flagrante da Convenção de Genebra e um crime de guerra”.
O responsável do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Tom Fletcher, disse que, desde a retomada da ofensiva em Gaza em 18 de março, os ataques israelenses em áreas densamente povoadas “mataram centenas de crianças e outros civis”.
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