Banco Central eleva projeção de inflação e risco de estouro da meta em 2025

O Banco Central aumentou a estimativa de probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta de 4,5% em 2025, passando de 50% para 70%. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) no Relatório de Política Monetária (RPM). Já a chance de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar abaixo do piso de 1,5% foi reduzida a zero. Desde este ano, a meta de inflação passou a ser contínua, baseada no IPCA acumulado em 12 meses. O BC considera que a meta foi descumprida se o índice ultrapassar o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. O centro da meta permanece em 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Para 2026, a projeção de probabilidade de estouro do teto da meta passou de 26% para 28%, enquanto a chance de a inflação ficar abaixo do piso foi mantida em 6%. O BC estima que o IPCA feche 2025 em 5,1% e atinja 3,9% no terceiro trimestre de 2026, período considerado o horizonte relevante da política monetária. No relatório, a autarquia indicou que não espera convergência da inflação para o centro da meta de 3% até pelo menos o terceiro trimestre de 2027. Segundo as projeções, o IPCA acumulado em quatro trimestres deve permanecer acima do limite superior do intervalo de tolerância ao longo de 2025, começando a cair apenas no quarto trimestre.

Os números detalhados apontam inflação de 5,6% no primeiro e terceiro trimestres de 2025, 5,5% no segundo e 5,1% no último. Para 2026, a expectativa é de 3,7% no fim do ano e de 3,1% no terceiro trimestre de 2027. Caso a inflação ultrapasse o teto da meta por seis meses consecutivos, o Banco Central será obrigado a divulgar um relatório explicando os motivos do descumprimento e enviar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda.

O Banco Central também divulgou projeções para os preços livres e administrados. A inflação dos preços livres deve ser de 5,1% em 2025, 3,8% até o terceiro trimestre de 2026 e 3,0% no terceiro trimestre de 2027. Já os preços administrados devem subir 4,3% em 2025, 4,2% em 2026 e 3,7% em 2027.

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As projeções foram feitas com base no cenário de referência do BC, que considera a taxa Selic prevista na pesquisa Focus de 17 de março, um câmbio inicial de R$ 5,80 ajustado pela paridade do poder de compra, preços do petróleo seguindo a curva futura por seis meses e, posteriormente, subindo 2% ao ano. O cenário também pressupõe bandeira tarifária verde no setor elétrico até o fim de 2025.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Felipe Cerqueira

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