
Durante entrevista coletiva em Tóquio, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) deve “cair na realidade” após se tornar réu por tentativa de golpe de Estado. Segundo Lula, é “visível” que o ex-presidente articulou uma tentativa de ruptura institucional e contribuiu para ameaças contra autoridades. “Se for culpado, ele tem que se contentar com a punição. Isso vale para todos os 213 milhões de habitantes [do Brasil]. Então, ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, disse o petista, que derrotou Bolsonaro nas eleições de 2022.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete aliados, que agora respondem a um processo penal. A decisão abre caminho para o julgamento do mérito da denúncia até o fim do ano. Lula criticou o adversário por pedir anistia sem que o processo tenha sido concluído. “Quem pede anistia antes do julgamento está dizendo que foi culpado. Prove que é inocente e ficará livre. Como não consegue, tenta provocar a sociedade”, declarou.
O presidente também mencionou ameaças que, segundo ele, foram feitas durante o governo Bolsonaro. “É visível, com todas as provas, que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente [Geraldo Alckmin] e do ex-presidente da Justiça Eleitoral [Alexandre de Moraes]”, afirmou. Lula ressaltou que o STF está conduzindo o caso com base em investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, incluindo depoimentos e delações de envolvidos.

O chefe do Executivo ainda fez referência à sua própria prisão na Operação Lava Jato e à inelegibilidade em 2018, afirmando que não teve direito à presunção de inocência na época. “Só espero que se faça Justiça. Se Bolsonaro for inocente, que seja absolvido. Se for culpado, que seja punido”, disse. Enquanto isso, Bolsonaro voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes e retomou sua ofensiva contra o sistema eleitoral brasileiro. Durante entrevista em Brasília, afirmou estar sendo perseguido e insistiu que não cometeu irregularidades.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA