Em discurso após se tornar réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por uma tentativa de golpe de Estado depois da derrota nas eleições de 2022, Jair Bolsonaro (PL) chamou as acusações de “graves e infundadas” e fez acusações sem provas de manipulação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por seus adversários políticos.
No pronunciamento verborrágico feito nesta quarta-feira, 26, o ex-presidente estava acompanhado, entre outros aliados, de:
— Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador;
— Caroline de Toni (PL-SC), deputada federal;
— Gilson Machado (PL-PE), ex-ministro do Turismo;
— Magno Malta (PL-ES), senador;
— Marco Feliciano (PL-SP), deputado federal.
O que aconteceu
Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, os cinco ministros que integram a Primeira Turma do STF, decidiram de forma unânime acolher a denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra os oito integrantes do principal núcleo responsável por elaborar um plano para impedir a posse do presidente Lula (PT) e manter Bolsonaro no poder à revelia da decisão popular.
Com a decisão, os supostos golpistas se tornaram réus no processo criminal instaurado pela corte e serão submetidos a um julgamento, pelo qual poderão ser absolvidos ou condenados — e presos, a depender da decisão dos magistrados. As acusações são de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, delitos que somam mais de 43 anos de prisão.
Quem se tornou réu nesta quarta
- o ex-presidente Jair Bolsonaro;
- o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem;
- o ex-comandante da Marinha do Brasil, Almir Garnier Santos;
- o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres;
- o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, General Augusto Heleno;
- o ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência, Mauro Cid;
- o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira;
- o ex-ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto.