
As negociações com soja ganharam ritmo ao longo da última semana, refletindo um aumento expressivo na demanda internacional e doméstica. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que essa elevação na procura impulsionou os prêmios de exportação da oleaginosa brasileira, fator que acabou sustentando os preços FOB nos portos do país, especialmente em momentos de maior movimentação comercial.
Com o avanço das exportações, os recuos no mercado spot interno foram contidos. Em algumas regiões, inclusive, os preços mostraram sinais de firmeza, contrariando a tendência de queda observada nas semanas anteriores. A valorização dos prêmios exportáveis sinaliza o interesse de compradores estrangeiros pela soja brasileira, fortalecendo os contratos nos terminais de escoamento e estimulando produtores e tradings a fecharem novos negócios.
Apesar do cenário mais otimista nos portos, o mercado interno ainda enfrenta desafios. A colheita da safra 2024/25 segue em ritmo acelerado, elevando significativamente a oferta da oleaginosa no país. Paralelamente, a cotação do dólar frente ao real apresentou quedas recentes, o que reduz a competitividade do produto brasileiro no exterior e interfere diretamente nas margens de lucro dos exportadores.
Segundo analistas do Cepea, esse contexto cria uma espécie de “tensão de forças” no mercado: de um lado, o aquecimento das exportações e a boa demanda ajudam a evitar quedas mais acentuadas nos preços; de outro, o excesso de produto e a taxa cambial menos favorável exercem pressão sobre as cotações e limitam uma recuperação mais robusta no mercado doméstico.
Nos próximos dias, a movimentação da moeda norte-americana, o comportamento da demanda internacional e o ritmo da comercialização interna devem continuar influenciando o desempenho da soja. O setor segue atento aos desdobramentos desses fatores, que serão determinantes para a formação dos preços no curto prazo.