A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foi proibida de entrar nos Estados Unidos. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (21) pelo Secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, e tem como base o “envolvimento em corrupção significativa durante seu período em cargo público”.
O comunicado, divulgado pela Embaixada dos EUA em Buenos Aires, também inclui o nome do ex-ministro do Planejamento Julio Miguel De Vido. Segundo a imprensa argentina, os filhos da ex-presidente, Máximo e Florencia Kirchner, também estão implicados.
“CFK e De Vido abusaram de suas posições ao orquestrar e se beneficiar financeiramente de múltiplos esquemas de suborno envolvendo contratos de obras públicas, resultando em milhões de dólares roubados do governo argentino. Vários tribunais condenaram CFK e De Vido por corrupção, minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”, afirma o documento.
A medida faz parte da política externa americana voltada ao combate à corrupção em governos estrangeiros. O texto ainda reforça o compromisso de Washington com a responsabilização de autoridades que usam o poder público para fins pessoais.
Quais as acusações contra Cristina Kirchner?
A ex-presidente já foi condenada por corrupção em duas instâncias, num processo relacionado à concessão de obras públicas a empresas do empreiteiro Lázaro Báez, na província de Santa Cruz. A pena é de seis anos de prisão. No entanto, Cristina Kirchner recorreu à Suprema Corte.
De acordo com a denúncia, ela favoreceu Báez com 51 contratos, muitos deles com estouro de orçamento ou obras inacabadas. A suspeita é de que a empreiteira existia com o propósito de desviar recursos públicos. A sentença foi mantida por um tribunal de apelações em 2024.
“Os Estados Unidos continuarão a promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para ganho pessoal. Essas designações reafirmam nosso compromisso de combater a corrupção global, inclusive nos níveis mais altos do governo”, diz outro trecho da nota.
Outras 12 pessoas foram julgadas no mesmo caso. Entre elas, José López, ex-secretário; Nelson Pieriotti, ex-chefe do departamento de obras; além de De Vido e o próprio Báez. Cristina foi inocentada da acusação de associação ilícita, mas ainda responde por administração fraudulenta.
A atual crise entre Kirchner e os EUA também tem pano de fundo político. O presidente Javier Milei, adversário declarado da ex-mandatária, foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump após a eleição presidencial de 2024. Ele mantém proximidade com o ex-presidente norte-americano.
Cristina ocupou a presidência da Argentina entre 2007 e 2015, após suceder seu marido, Néstor Kirchner (1950–2010). Voltou ao poder como vice-presidente na gestão de Alberto Fernández, com quem rompeu politicamente durante o mandato.
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