
O Brasil não é para amadores. Três meses e vinte dias para aprovar o Orçamento federal, aquele que deveria ter sido sancionado ainda em 2024. Mas, claro, faz todo sentido, aprovar um orçamento para 2025, passados praticamente com um terço do ano. Pergunte a qualquer empresário, e ele achará isso absolutamente normal.
Ironias à parte, o Orçamento foi aprovado sem surpresas, ou seja, sem cortes expressivos de gastos. Pelo contrário, elevação das despesas do governo federal e emendas parlamentares turbinadas em R$ 50 bilhões. Claro, tudo com dinheiro nosso.
Além de não contar com as necessárias contenções de despesas, não computaram os gastos com precatórios e parte dos recursos do Pé-de-Meia. Mesmo com essa contabilidade criativa, é difícil acreditar no cumprimento da meta estipulada pelo governo federal (déficit zero) ou àquela estimada pelo próprio relator do orçamento (superávit primário).

Como hoje a conta do resultado primário é bastante afetada pela contabilidade criativa, um bom jeito para saber se o governo está agindo com responsabilidade fiscal é verificar se a dívida pública aumentou no final do ano. Outra forma é verificar o resultado nominal (receita menos todas as despesas, incluindo juros). Mas mesmo assim, com tantas as exceções, dificilmente cumpriram a meta de déficit primário zero.