BRUXELAS, 18 MAR (ANSA) – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta terça-feira (18) que a Europa deve ser rearmada para ter uma capacidade de dissuasão confiável até 2030.
Em discurso durante uma cerimônia na Academia Militar Dinamarquesa, em Copenhague, a líder europeia destacou também que a Europa precisa se preparar para a guerra, se quer evitá-la.
“Esta Academia histórica é uma das razões pelas quais escolhi a Dinamarca para falar sobre segurança. E para argumentar que se a Europa quer evitar a guerra, ela deve se preparar para a guerra”, declarou ela.
Segundo von der Leyen, “até 2030, a Europa deve ter uma postura forte em matéria de defesa” e “estar preparado para 2030 significa rearmar-se e desenvolver as capacidades necessárias para uma dissuasão confiável”.
Antecipando um dos pilares do Livro Branco da Defesa, a presidente da Comissão Europeia enfatizou a necessidade de investir em transporte militar, munição, drones, defesa aérea e mísseis.
“A escala, o custo e a complexidade dos projetos estão muito além das capacidades de qualquer país. É por isso que precisamos desenvolver projetos de larga escala e intensificar as compras conjuntas”, explicou.
Durante sua intervenção, von der Leyen também destacou que a “Rússia está agora em um caminho irreversível para criar uma economia de guerra”, principalmente por expandir “enormemente sua capacidade de produção militar-industrial”.
De acordo com ela, 40% do orçamento federal é alocado para Defesa, o equivalente a 9% de seu Produto Interno Bruto (PIB), e “este investimento alimenta sua guerra de agressão na Ucrânia, enquanto a prepara para um futuro confronto com democracias europeias”.
Por fim, reforçou que “a Dinamarca está profundamente ciente de sua segurança e das ameaças que a preocupam”. “Não menos importante por causa de sua geografia única e estratégica. Mas também por causa de eventos recentes, como a competição contínua por influência na região do Ártico, incluindo a Groenlândia”.
“A todos os cidadãos da Groenlândia – e da Dinamarca em geral – quero deixar claro que a Europa sempre defenderá a soberania e a integridade territorial”, concluiu ela, sem citar o desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de anexar a Groenlândia. (ANSA).