Em um movimento estratégico para impulsionar a inovação tecnológica, a China anunciou a criação de um fundo de capital de risco estatal. Este fundo visa apoiar áreas de ponta como inteligência artificial, tecnologia quântica e armazenamento de energia de hidrogênio. A iniciativa, revelada por Zheng Shanjie, chefe do planejador econômico estatal da China, busca atrair um capital significativo ao longo de duas décadas.
O fundo de orientação de capital de risco estatal tem como objetivo arrecadar quase 1 trilhão de yuans, aproximadamente 138 bilhões de dólares, com contribuições de governos locais e do setor privado. Este esforço reflete a visão dos líderes chineses de que tecnologias avançadas são cruciais para o crescimento econômico e a modernização da manufatura, especialmente em um cenário de restrições tecnológicas impostas pelos Estados Unidos.
Qual é o impacto das restrições tecnológicas dos EUA na China?
A China enfrenta desafios significativos devido às restrições tecnológicas dos EUA, que visam limitar o acesso a chips de IA de alta potência. Apesar disso, empresas chinesas como a DeepSeek têm conseguido avanços notáveis. O modelo de linguagem R1 da DeepSeek, por exemplo, surpreendeu o mercado ao alcançar capacidades comparáveis a rivais ocidentais, mas com custos significativamente menores.
Esses desenvolvimentos ocorrem em um contexto de pressão internacional, onde a China busca demonstrar sua capacidade de inovação independente. Zheng Shanjie destacou que as tentativas de bloqueio apenas aceleram o impulso chinês para o desenvolvimento tecnológico autônomo, reforçando a determinação do país em se manter na vanguarda da inovação global.
Como a China planeja fomentar o consumo doméstico?
Além de investir em tecnologia, a China está comprometida em fortalecer o consumo interno como uma estratégia para enfrentar incertezas externas. O governo chinês está prestes a lançar um “plano de ação especial para impulsionar o consumo”, conforme anunciado por Zheng. Essa iniciativa visa aumentar a participação do consumo doméstico no PIB, que atualmente é inferior a de outros países asiáticos e dos Estados Unidos.
Para apoiar esse esforço, o governo chinês elevou seu déficit orçamentário e aumentou a cota para emissão de títulos do governo. Parte desses recursos será destinada a subsídios ao consumidor, incentivando a troca de carros e eletrônicos de consumo, em um programa conhecido como “dinheiro por sucata”.
Qual é o papel das empresas privadas na economia chinesa?
As empresas privadas desempenham um papel crucial na economia chinesa, contribuindo com mais de 60% do PIB e empregando mais de 80% da força de trabalho. No entanto, muitas dessas empresas, especialmente no setor de tecnologia, ainda estão se recuperando de uma repressão regulatória que durou mais de três anos.
Para apoiar o setor privado, a China está discutindo a Lei de Promoção da Economia Privada, que visa garantir apoio legal e proteção às empresas. Essa legislação é vista como essencial para restaurar a confiança dos empreendedores e estimular a inovação tecnológica, especialmente em um momento em que o país enfrenta restrições externas crescentes.
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