Uma manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) reuniu apoiadores na manhã deste domingo (16), na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. O ato teve como principal bandeira a defesa da anistia para os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estimaram que o evento chegou a 18,3 mil pessoas no momento de maior concentração. A Polícia Militar, por sua vez, afirmou em redes sociais que o público alcançou 400 mil.
Entre os presentes, além do ex-presidente, estavam os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Santa Catarina, Jorginho Mello, e de Mato Grosso, Mauro Mendes. O senador Flávio Bolsonaro, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, e o senador Magno Malta também participaram.
– Copacabana: uma mensagem. – Vida e Liberdade. – Bom dia a todos. – Jair Bolsonaro. pic.twitter.com/KP3uEhXtEs
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 17, 2025
Bolsonaro discursa e critica Moraes
Quatro governadores subiram no carro de som, mas apenas Castro e Tarcísio discursaram. Entre os políticos e apoiadores que falaram ao público estavam Silas Malafaia, o deputado Nikolas Ferreira, o senador Flávio Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), relator do projeto de lei que trata da anistia.
Por volta das 11h30, Jair Bolsonaro discursou, reforçando o pedido de anistia e criticando o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham intenção, e nem poder pra fazer aquilo que estão sendo acusados”, declarou. O ex-presidente citou mulheres condenadas e questionou os crimes atribuídos a elas. “Quem foi a liderança dessas pessoas? Não tiveram. Foram atraídas pra uma armadilha.”
Bolsonaro sugeriu que as penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro têm como objetivo justificar uma possível condenação contra ele. Ele disse que, se deram 17 anos de pena para “pessoas humildes”, é para justificar uma pena de 28 anos para ele. Bolsonaro garantiu que não pretende deixar o país. “Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila, se eu tivesse do lado deles.”
O ex-presidente afirmou que o projeto de anistia já conta com o apoio do PSD e que espera sua aprovação no Congresso. “Ele está ao nosso lado com a sua bancada para provar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo.”
Ele também voltou a criticar as investigações sobre uma suposta tentativa de golpe e afirmou que sua ausência no Brasil no dia dos ataques impediu sua prisão. “E só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”
Ao falar sobre as eleições de 2022, Bolsonaro acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de prejudicá-lo durante a campanha. “Não queriam que a gente continuasse e houve, sim, mão pesada do Alexandre Moraes, por ocasião das eleições de 22. Por exemplo, segundo decisão dele, eu não podia mostrar a imagem do Lula defendendo o aborto. Eu não podia botar imagem do Lula defendendo ladrão de celular, dizendo que isso era para tomar uma cervejinha.”
Ele também reclamou de restrições nas propagandas eleitorais e mencionou o incentivo para que jovens de 16 e 17 anos tirassem o título de eleitor. “Mais de 4 milhões de votos aí e pelo menos 2 milhões pro outro lado. Nos foi retirado 1 milhão e meio de inserções de rádio, por ocasião das eleições.”
Por fim, o ex-presidente fez um apelo aos apoiadores para as eleições de 2026. “Peço a vocês, que por ocasião das eleições do ano que vem: me deem 50% da Câmera e 50% do Senado que eu mudo o destino do nosso Brasil. Tenho certeza. E deixo claro aqui: esse 50% aqui – Mauro Mendes e Tarcísio – não é PL não. Tem gente boa em todos os partidos.”
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