Desafios urbanos: cidades chinesas têm afundado ao longo das décadas com o próprio peso

O fenômeno da subsidência, caracterizado pelo rebaixamento do solo, tem se mostrado um desafio crítico para muitas cidades chinesas. Ao longo das últimas décadas, a rápida urbanização e a crescente demanda por recursos naturais, especialmente a água subterrânea, intensificaram o problema. Este artigo busca explorar as causas, efeitos e possíveis soluções para esse fenômeno, que afeta quase metade das principais cidades no país.

Em regiões costeiras, como as da China, a subsidência é um tema de grande preocupação, pois o afundamento do terreno se alia à elevação do nível do mar, exacerbada pelas mudanças climáticas, aumentando o risco de inundações. A urbanização acelerada não apenas intensificou a extração de água subterrânea, mas também aumentou o peso sobre as terras, devido à construção de edifícios e infraestruturas pesadas.

Por que o solo está afundando nas cidades chinesas?

Os pesquisadores atribuem o rebaixamento excessivo do solo a uma combinação de fatores, sendo a principal delas a extração de água subterrânea. Em regiões metropolitanas como Xangai e Tianjin, a retirada significativa de água dos aquíferos causou um afundamento que, em alguns locais, ultrapassa três metros no último século. Além disso, cidades em rápida expansão criam uma pressão adicional no solo, exacerbando o fenômeno da subsidência.

Xangai – Créditos: depositphotos.com / richie0703

Quais são as consequências da subsidência do solo?

A subsidência afeta as cidades de múltiplas formas:

  • Inundações: Combinada com a elevação do nível do mar, a subsidência aumenta o risco de áreas urbanas serem inundadas.
  • Infraestruturas Danificadas: Vias, edifícios e sistemas de transporte podem ser seriamente comprometidos.
  • Risco à População: Milhões de pessoas vivem em áreas afetadas, aumentando a vulnerabilidade a desastres naturais.

Estudos recentes indicam que a subsidência afeta cerca de 45% das regiões urbanas da China em uma taxa superior a 3 mm por ano, com 16% dessas áreas afundando a mais de 10 mm anualmente. Isso representa um perigo significativo para cerca de 67 milhões de pessoas vivendo nestas regiões.

Como mitigar a subsidência nas regiões urbanas?

Para enfrentar o problema da subsidência, são necessárias estratégias eficazes que incluem a gestão sustentável dos recursos hídricos. Exemplos de cidades que mitigaram com sucesso a subsidência no passado, como Tóquio, mostram a importância de regulamentar o uso da água subterrânea e investir em sistemas de abastecimento alternativos. Além disso, a infraestrutura urbana precisa ser projetada levando em consideração o risco de subsidência, evitando construções pesadas em áreas já vulneráveis.

A cooperação interinstitucional, tanto em nível nacional quanto internacional, é vital para desenvolver soluções que possam ser adaptadas às distintas condições geológicas e urbanas de cada cidade. Dessa forma, as cidades chinesas podem não apenas mitigar a subsidência atual, mas também se preparar para os impactos futuros relacionados às mudanças climáticas e à urbanização contínua.

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