Sorotipo 3 da dengue no Brasil preocupa especialistas: entenda o motivo

2024, o país enfrentou sua maior epidemia de dengue registrada, ultrapassando todas as expectativas

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que aflige anualmente milhares de brasileiros. Em 2024, o país enfrentou sua maior epidemia de dengue registrada, ultrapassando todas as expectativas. Com mais de 6,6 milhões de casos prováveis e mais de 6 mil mortes, o impacto da doença evidenciou lacunas significativas nos sistemas de saúde pública.

O fenômeno climático El Niño contribuiu para o aumento dos casos ao favorecer o ambiente para a reprodução do mosquito transmissor. Este contexto, aliado ao retorno do sorotipo 3 (DENV-3), que não circulava no Brasil desde 2008, aumentou a vulnerabilidade da população, que majoritariamente não tinha imunidade contra essa variante.

Como as autoridades de saúde estão respondendo ao desafio?

O controle da dengue envolve ações coordenadas entre sociedade, governos e profissionais da saúde. Entre as estratégias governamentais, destaca-se o uso da técnica Wolbachia, que consiste em infectar mosquitos com uma bactéria que inibe a transmissão do vírus da dengue. Além disso, inseticidas, larvicidas e campanhas de conscientização desempenham papel crucial na mitigação dos focos do mosquito.

No entanto, a medida mais debatida é a vacinação. A vacina Qdenga, recentemente incorporada ao Programa Nacional de Imunizações, representa um avanço importante, mas sua distribuição é limitada. Ela está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Outros importantes recursos incluem a estruturação dos serviços de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.

Qual é a importância do sorotipo 3 na atual epidemia?

O sorotipo 3 da dengue está sob vigilância especial devido à sua ausência prolongada no país, o que significa que a maioria da população está desprotegida. Os especialistas alertam que ter tido dengue causada por um sorotipo não oferece proteção contra os outros tipos da infecção, tornando a reincidência mais provável e muitas vezes mais severa.

Uma segunda infecção por dengue, especialmente envolvendo o sorotipo 3, pode resultar em sintomas mais graves. Esta situação poderá intensificar os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde, que necessitam estar preparados para uma potencial escalada de hospitalizações.

Qual o papel da população no controle da dengue?

A responsabilidade de combater a dengue não recai exclusivamente sobre os governos. Cada cidadão tem um papel essencial a desempenhar na eliminação de locais de reprodução do mosquito, como recipientes com água parada. Manter reservatórios de água vedados, utilizar repelentes e instalar telas em janelas são medidas individuais eficazes.

A conscientização e o engajamento comunitário são fundamentais para impedir a proliferação do mosquito. As ações coletivas, quando bem implementadas, podem reduzir significativamente a incidência da doença, aliviando a pressão sobre o sistema de saúde.

O futuro da vacinação contra a dengue no Brasil

A vacinação é vista como uma ferramenta crucial no combate à dengue. Em dezembro passado, o Instituto Butantan submeteu à Anvisa documentos para o registro de uma nova vacina, a Butantan-DV, que é de dose única e protege contra os quatro sorotipos da dengue. Esta inovação pode alterar drasticamente o cenário da dengue nos próximos anos.

O instituto já está produzindo doses do imunizante e projeta fabricar até 100 milhões de vacinas até 2027. A implementação eficaz dessa vacina pode potencialmente transformar a realidade da dengue no Brasil, reduzindo drasticamente não apenas o número de casos, mas também a severidade das infecções.

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