Era Trump: Governo dos EUA suspende ajuda humanitária para Agência da ONU que auxilia imigrantes em Manaus


Segundo a entidade, a medida segue as ordens do presidente norte-americano que, na última segunda-feira (20), que determinou a paralisação imediata da utilização de fundos de assistência humanitária. OIM atua em cinco estados da região Norte do País
Divulgação
O Governo Trump suspendeu a ajuda humanitária a uma Agencia da Organização das Nações Unidas (ONU) que auxilia migrantes em Manaus. Com isso, os serviços disponibilizados pela entidade para imigrantes venezuelanos, no Amazonas e em outros quatro estados da Região Norte, foram suspensos
Segundo a entidade, a medida segue as ordens do presidente norte-americano que, na última segunda-feira (20), determinou a paralisação imediata da utilização de fundos de assistência humanitária, em especial, do Bureau de População de Refugiados e Migração (PRM) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
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Segundo informações obtidas pelo g1, a partir desta segunda-feira (27), os profissionais que atuavam no escritório localizado no PAC da Compensa, na Zona Oeste de Manaus, foram dispensados. No local, centenas de pessoas procuram serviços de acolhida diariamente.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), com a paralisação de 90 dias, é estimado que milhares de imigrantes ficarão sem acesso a regularização migratória para a residência Temporária no Brasil, o que significa que não terão acesso a serviços de saúde e alimentação.
A entidade, inclusive, é parceira do Governo Brasileiro na Operação Acolhida e, desde 2018, ajuda na regularização da migração e fornecimento de assistência humanitária a migrantes venezuelanos que entram no país pelo estado de Roraima.
✈️ Primeiro voo de deportados da era Trump com destino ao Brasil pousa em Manaus
Com o corte de verbas, diversos serviços serão afetados, como:
Regularização Migratória e Assistência Humanitária;
Proteção e Saúde;
Interiorização e Movimentos Humanitários;
Combate ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes; e
Apoio Técnico e Assessoria na temática migratória e desenvolvimento de políticas e planos de integração.
“Atualmente, 60% dos recursos da OIM no Brasil são provenientes dos Estados Unidos. A suspensão parcial das atividades da OIM no Brasil representa um desafio significativo para o gerenciamento da crise humanitária envolvendo migrantes e refugiados. Nossa infraestrutura e operações ficam muito comprometidas com a redução de capacidades e recursos em centros de acolhimento e atendimento. Teremos impacto direto na manutenção, no custeio e no funcionamento de estruturas físicas e recursos humanos da OIM no Brasil”.
Por meio de nota, a OIM sediada em Manaus informou que buscará seguir trabalhando em estreito diálogo e colaboração com o Governo Federal e governos locais, dentro de sua capacidades.
“Manteremos todos os esforços possíveis para seguir nossa missão de proteger as pessoas em movimento e promover uma migração humanizada ordenada e digna, que beneficie tanto os migrantes quanto a sociedade de acolhida” disse a entidade.
O g1 entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Defesa para entender como o corte do financiamento pode impactar na realização da Operação Acolhida, e aguarda resposta.
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Deportação
Brasileiros deportados dos EUA desembarcam em Manaus algemados e com pés acorrentados
Na última sexta-feira (24), pousou no aeroporto de Manaus, por volta das 18h o primeiro voo com deportados dos Estados Unidos para o Brasil desde a posse de Donald Trump. A aeronave, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, mas precisou passar por manutenção, cancelando a decolagem para Minas Gerais.
Segundo informações, oficiais americanos queriam manter os brasileiros deportados algemados e acorrentados. No entanto, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não autorizou a continuidade do uso das algemas, já que se tratam de cidadãos livres em território brasileiro e uma questão de soberania nacional.
E, por esse motivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o envio do avião da FAB para fazer essa mediação. Segundo o Governo Federal, as condições aos deportados causaram revolta nas 88 pessoas a bordo o que foi classificado “tratamento indigno recebido”.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, diz uma nota oficial do Governo Federal
Ainda segundo o comunicado, o Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano.
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