Os grafites mais famosos em São Paulo no dia do aniversário de 471 anos da cidade

Dizem que São Paulo é uma cidade cinza – seria um pecado dizer isso no aniversário da cidade, ok? Antes, a pergunta que fica é: você já olhou ao redor? Caminhar pela maior capital do grafite no Brasil é se deparar com muros e prédios que explodem em cores e criatividade. A arte urbana está por toda parte, transformando a paisagem e tornando a cidade um museu a céu aberto.

Mas nem sempre foi assim. A expressão artística foi proibida durante a ditadura militar até 2011, quando finalmente a prática foi descriminalizada. No entanto, nomes como Alex Vallauri já estavam traçando seu caminho e deixando suas marcas na cidade, revolucionando os espaços públicos com suas obras.

E em 2017, um evento que marcou a história do grafite: o então prefeito João Doria mandou pintar um painel de 5,4 km na Avenida 23 de Maio. Enquanto algumas obras foram mantidas, como uma de Eduardo Kobra, outras, infelizmente, desapareceram rapidamente. Mesmo assim, a arte urbana não parou de se expandir.

Se você mora em São Paulo ou está planejando visitar, não deixe de explorar os pontos onde o grafite se destaca. Artistas renomados, tanto nacionais quanto internacionais, tomam conta da cidade, deixando suas marcas indeléveis. Entre eles estão OSGEMEOS (Gustavo e Otávio Pandolfo), Eduardo Kobra, Titi Freak e muitos outros.

Aqui estão alguns pontos imperdíveis para você aproveitar a cidade de São Paulo neste aniversário e se perder nas cores:

Museu Aberto de Arte Urbana

Imagine caminhar por uma galeria de arte, mas ao invés de paredes, você tem as pilastras de um viaduto como suporte para as obras. Esse é o Museu Aberto de Arte Urbana, localizado na Zona Norte. Ao longo de 30 pilastras do elevado da Linha 1-Azul do Metrô, entre as estações Tietê, Santana e Carandiru, mais de 65 grafites compõem um grande quebra-cabeça visual. Artistas como Binho Ribeiro, Mag Magrela e Crânio imprimem suas assinaturas nessas superfícies, transformando a estrutura do metrô em um cenário único de arte pública.

Minhocão

O Minhocão, esse gigante de concreto que atravessa a cidade, é muito mais do que uma via de trânsito. Ele se transforma, aos finais de semana e feriados, em um espaço de convivência e uma galeria de arte ao ar livre. Gigantescos murais de Kobra, OSGEMEOS e Nina Pandolfo dominam o Minhocão, criando uma paisagem urbana de tirar o fôlego, onde cada olhar revela uma nova obra de arte nas fachadas dos prédios que o cercam.

Beco do Batman

A Vila Madalena abriga um dos maiores ícones da arte urbana de São Paulo: o Beco do Batman. Com suas vielas de paralelepípedos, esse beco se tornou um verdadeiro espaço de expressão, onde grafites e murais contam histórias de forma dinâmica. Desde os anos 1980, quando o primeiro mural de um homem-morcego surgiu, o Beco do Batman se renovou, atraindo artistas de todos os cantos, como Mag Magrela e Binho Ribeiro. A cada visita, o espaço oferece uma nova galeria a céu aberto.

Complexo Viário José Roberto Fanganiello Melhem

O Buraco da Paulista, ou Complexo Viário da Rebouças, carrega consigo uma história de resistência e revolução. Foi lá que, no final dos anos 1980, o grafite ganhou força e se tornou uma forma de expressão irreverente em São Paulo. Até hoje, o espaço mantém sua identidade rebelde e é um ponto de encontro para novas obras que exploram o imaginário popular brasileiro. Cada parede e esquina do Buraco da Paulista conta uma história e oferece uma pausa visual no ritmo frenético da cidade.

Avenida Tiradentes

A Avenida Tiradentes, uma das principais vias da cidade, também é um dos pontos de destaque quando se trata de arte urbana. Ao longo de sua extensão, grafites e murais convivem com o tráfego intenso, trazendo cor e vida ao concreto da cidade. Um dos murais mais marcantes é o Mural da Luz, de Daniel Melim, que foi criado em 2011. Ele desafiou a Lei Cidade Limpa e trouxe a arte pública de volta às ruas, com uma ousada mistura de beleza e resistência.

São Miguel Paulista

Em 2021, o bairro de São Miguel Paulista, na Zona Leste, ganhou três enormes murais que celebram sua história e cultura. Criadas por artistas locais dos coletivos Arte e Cultura na Quebrada, BocaSujaCrew e Sou Favela, essas obras contam a trajetória do bairro de forma vibrante e cheia de significado. Um dos murais mais impressionantes é “Histórias em Nossas Memórias”, visível para quem viaja pela Linha-12 da CPTM, resgatando as raízes de um dos bairros mais antigos da cidade.

Esses pontos são apenas uma amostra do imenso mural que é São Paulo, onde a arte urbana vai além da superfície. Cada grafite, cada mural, carrega uma história única e faz parte de uma obra coletiva em constante evolução. Em São Paulo, a arte não é só vista – ela é vivida, respirada e, sem dúvida, sempre surpreendente.

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