Bolsonaro sobre chance de impeachment de Lula: ‘Se pintar clima, estaremos na rua’

Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não pretende liderar uma mobilização pelo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas “se pintar um clima, estaremos na rua”.

Não vou tomar frente nesse movimento, mas penso que não dá pra deixar o Lula sangrar até 2026. Se [o presidente] cometeu algum crime, tem que ser retirado. O povo não pode passar mais dois anos sofrendo”, disse o ex-presidente em entrevista ao canal CNN Brasil, nesta quinta-feira, 23.

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Declarado inelegível até 2030 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e indiciado pela Polícia Federal por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota nas urnas, o político se disse perseguido pelo Judiciário em comparações com Lula, que foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2018, cinco anos antes de retornar à Presidência, e com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment, mas não perdeu os direitos políticos.

Quem deve escolher seu representante é o povo, e não um ministro“, disse. Sem perspectiva de concorrer ao Planalto no próximo pleito, o Bolsonaro aposta em uma estratégia que o próprio Lula usou em 2018 e, além de descredibilizar o processo que o tirou da corrida, evita endossar qualquer outro nome da direita.

Não discuto isso com ninguém. Só [há chance de anunciar apoio] aos 48 do segundo tempo“, disse. Questionado sobre potenciais concorrentes ao seu espólio eleitoral, distribuiu as avaliações mais positivas à esposa, Michelle Bolsonaro (PL), aos filhos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP), e a Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná.

“Seria um bom nome, com chance de chegada. Me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser [candidata]”, disse sobre Michelle.

Os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que já falaram publicamente da possibilidade, foram considerados “populares” em seus estados, mas “pouco conhecidos” fora deles. Já Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, foi chamado de “excelente gestor”. “Mas tem que ver se ele está maduro para representar a direita ou não”, concluiu.

Quanto a Pablo Marçal (PRTB), Bolsonaro disse que “evita discutir” e afirmou que o ex-coach não transmite confiança. Outro possível concorrente, o cantor Gusttavo Lima (sem partido) ganhou a classificação de “excelente nome para o Senado” do ex-presidente.

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