7 dicas para transformar o desempenho acadêmico das crianças

Nos últimos anos, o conceito de well-being (bem-estar) ganhou destaque nas discussões sobre educação, especialmente na infância, período crucial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. A relação entre o bem-estar e o desempenho escolar é profunda e direta: crianças que se sentem emocionalmente seguras e acolhidas aprendem melhor, desenvolvem habilidades mais rapidamente e tendem a se tornar adultos mais resilientes, felizes e autônomos.  

Abaixo, confira dicas detalhadas para entender de que modo o well-being pode transformar o processo de aprendizagem e como promovê-lo!

1. Valorize a conexão entre professores e alunos

A qualidade do relacionamento entre professores e alunos é um dos fatores mais importantes para o sucesso escolar. Um ambiente de confiança e respeito mútuo reduz a ansiedade e aumenta a motivação para aprender.

  • Professores que conhecem bem seus alunos conseguem identificar sinais de alerta, como mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar ou sintomas físicos, como dores de cabeça frequentes sem causa aparente;
  • Estabelecer uma conexão verdadeira permite que os alunos se sintam seguros para expressar suas dificuldades e buscar apoio. Isso cria um espaço no qual o erro é encarado como parte natural do aprendizado, incentivando a criança a se arriscar mais.

Logo, deve-se investir tempo para conhecer cada aluno, promovendo conversas individuais e atividades em grupo que fortaleçam a confiança. “Uma boa conexão pode aumentar a motivação, melhorar a comunicação e promover a autoconfiança. O investimento no bem-estar das crianças reflete-se diretamente em melhores resultados acadêmicos e no desenvolvimento de cidadãos mais responsáveis, emocionalmente saudáveis e preparados para os desafios da vida moderna”, explica Claudia Peruccini, gerente pedagógica da Red Balloon.

2. Crie um ambiente acolhedor e inclusivo

Um ambiente em que as crianças se sentem respeitadas e acolhidas favorece não só o aprendizado, mas também o desenvolvimento emocional.

  • Um espaço acolhedor faz com que os alunos se sintam parte de um grupo e fortalece as relações interpessoais, essenciais para o bem-estar emocional;
  • Respeitar e reconhecer as conquistas das crianças, por menores que sejam, contribui para a formação de adultos mais confiantes e resilientes.

Promova atividades que incentivem a colaboração entre os alunos, como trabalhos em equipe, projetos criativos e momentos de celebração das conquistas individuais e coletivas. “Um ambiente acolhedor, em que os alunos se sintam seguros e respeitados e em que a conexão com professores e colegas preceda a aprendizagem, garante que todos se sintam parte do grupo, fortalecendo as relações interpessoais”, acrescenta Claudia Peruccini.

3. Aposte no desenvolvimento socioemocional

O desenvolvimento socioemocional é uma peça-chave para o sucesso acadêmico e pessoal. Programas voltados para competências como empatia, resolução de conflitos e trabalho em equipe ajudam a criança a lidar melhor com os desafios do dia a dia.

  • Escolas que incorporam atividades lúdicas ao aprendizado conseguem unir diversão e desenvolvimento. Brincadeiras que envolvem cooperação ou que estimulam a expressão de sentimentos são especialmente eficazes;
  • Projetos que ensinam a lidar com frustrações e a construir relações saudáveis refletem diretamente em melhores resultados acadêmicos.

Insira atividades como rodas de conversa, jogos de tabuleiro colaborativos ou dinâmicas que trabalhem a empatia e a comunicação.

4. Estimule a parceria entre escola e família

A criação de um ambiente escolar que priorize o bem-estar depende de uma relação sólida entre pais e professores. Quando ambos os lados estão alinhados, é possível oferecer suporte adequado à criança.

  • Professores que mantêm uma comunicação frequente com os pais conseguem intervir precocemente em problemas emocionais ou de comportamento;
  • A presença ativa da família na rotina escolar da criança transmite segurança e reforça a importância do aprendizado.

Realize reuniões regulares com as famílias para compartilhar observações a respeito do comportamento dos alunos e ofereça orientação sobre como apoiar o desenvolvimento emocional em casa. “Para intervir de forma positiva, a escola deve observar com cautela o estudante e comunicar aos pais qualquer mudança significativa no comportamento”, enfatiza a gerente.

O cuidado dos responsáveis com as necessidades básicas da criança deve ser prioridade para uma boa capacidade de concentração e motivação dela Imagem: fizkes | Shutterstock

5. Priorize o cuidado com as necessidades básicas

Aspectos físicos como alimentação, sono e saúde têm um impacto direto na capacidade de concentração, memória e motivação das crianças. Sem uma base sólida, o aprendizado fica comprometido.

  • Pesquisas indicam que uma rotina equilibrada é essencial para o desenvolvimento cognitivo e emocional. Além disso, um bom estado físico contribui para a saúde mental;
  • Crianças que têm apoio emocional em casa e na escola apresentam maior comprometimento com o aprendizado.

6. Transforme os erros em oportunidades de aprendizado

O erro é parte natural do processo de aprendizagem, mas muitas crianças se sentem desencorajadas diante do fracasso. Criar um ambiente em que o erro seja visto como uma oportunidade de crescimento pode transformar a forma como elas enfrentam desafios.

  • Quando o aluno se sente seguro para errar, ele tende a explorar mais possibilidades, o que resulta em um aprendizado mais profundo e criativo;
  • Um ambiente que valoriza o esforço, e não apenas os resultados, aumenta a confiança das crianças e reduz a ansiedade.

Celebre os esforços e as tentativas dos alunos, mesmo quando o resultado não for o esperado. Use os erros como ponto de partida para discussões e aprendizado em grupo.

7. Reconheça o impacto do bem-estar no desempenho escolar

Crianças que se sentem emocionalmente seguras e apoiadas têm maior facilidade para se concentrar, interagir e absorver novos conteúdos. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que alunos com bom bem-estar emocional têm até 20% mais chances de alcançar melhores resultados acadêmicos. Além disso, esses alunos apresentam menos comportamentos disruptivos e maior capacidade de autorregulação.

Monitore o bem-estar dos alunos por meio de questionários ou atividades de autocuidado, criando oportunidades para eles expressarem como estão se sentindo. “O bem-estar infantil nas escolas é crucial para que tenhamos estudantes melhor preparados para os desafios da vida e que sejam genuinamente felizes”, ressalta Claudia Peruccini.

Por Amanda Barbosa

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