Dengue tipo 3 pode fazer casos explodirem em 2025, alerta especialista

A dengue segue preocupando autoridades e especialistas em saúde pública no Brasil. Com um início de 2025 marcado pelo registro de 55 mil casos prováveis e quatro mortes apenas em janeiro, uma nova ameaça chama a atenção: o aumento dos casos de dengue do subtipo 3 do vírus. Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, professor de Clínica Médica da PUC de Campinas, esse cenário pode desencadear uma explosão de casos mais graves ao longo do ano.


O vírus da dengue possui quatro subtipos diferentes, sendo os tipos 1 e 2 os mais comuns no Brasil nas últimas décadas. No entanto, o subtipo 3, até então raro, está se tornando predominante em várias regiões. “Pelo menos quatro ou cinco estados já detectaram o subtipo 3 em grande quantidade. Isso é preocupante porque grande parte da população está vulnerável novamente, mesmo quem já teve dengue antes”, explica o  doutor Neubauer.

Essa vulnerabilidade ocorre porque, ao contrair dengue, a pessoa se torna imune apenas ao subtipo específico do vírus que adquiriu. Caso seja infectada por outro subtipo, há um risco elevado de desenvolver sintomas mais graves, como febre hemorrágica.


As chuvas e a falta de prevenção

Outro fator que contribui para o aumento dos casos é o período de chuvas intensas, que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O especialista apontou a falta de conscientização da população como um agravante. “Ainda vemos muita negligência no cuidado com possíveis criadouros, como garrafas velhas, tampinhas, vasos de plantas e caixas d’água destampadas”, alertou.

O mosquito, que antes precisava de água extremamente limpa para depositar seus ovos, tornou-se menos exigente ao longo dos anos, aumentando o risco de contaminação em ambientes urbanos e rurais.


Vacinação

Embora o Brasil tenha avançado na oferta de vacinas contra a dengue, as limitações ainda são grandes. A vacina, aprovada para pessoas entre quatro e 60 anos, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças de dez  a 14 anos, devido a restrições orçamentárias. “Isso não é uma questão técnica, mas econômica”, comentou o infectologista.

Além disso, a eficácia da vacina contra o subtipo 3 é menor, o que não elimina completamente os riscos de contaminação. “Ela reduz a gravidade dos casos, mas não impede totalmente que a pessoa contraia a doença, especialmente em relação ao subtipo 3”, disse Marcelo Neubauer.

Prevenção:

Com o aumento da ameaça do subtipo 3 e a circulação dos demais subtipos, o combate à dengue depende de um esforço coletivo. Entre as principais recomendações estão:

  • Eliminação de focos do mosquito: Verificar e remover locais com água parada, como garrafas, vasos de plantas e caixas d’água destampadas.
  • Uso de repelentes: Especialmente para pessoas em áreas de alta incidência, é essencial utilizar repelentes eficazes contra o Aedes aegypti.
  • Cuidados em períodos chuvosos: Inspecionar regularmente quintais e calhas para evitar acúmulo de água.

Perspectivas para 2025

Diante dos números alarmantes e das dificuldades em controlar a proliferação do mosquito, as autoridades já preveem um ano desafiador. O aumento da circulação do subtipo 3 reforça a necessidade de ações integradas entre governos, sistemas de saúde e a sociedade.

“Não é inevitável, mas sem a colaboração da população e das autoridades, a situação pode se agravar ainda mais”, concluiu o doutor Neubauer.

A prevenção é a principal arma contra a dengue. Pequenas ações podem salvar vidas e evitar que 2025 seja marcado por um dos surtos mais graves da doença no país.

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