O que está por trás do café cada vez mais caro?

Brasileiro gosta de café. E essa preferência se reflete em diversos aspectos do cotidiano. O consumo de café no Brasil é não apenas um hábito, mas também uma tradição cultural que atravessa gerações. Em encontros familiares, o café é a bebida que frequentemente acompanha conversas animadas. E, em ambientes de trabalho, é comum que a pausa para o café se torne um momento de socialização entre colegas.

Prova da paixão do brasileiro pelo café está nos dados da Organização Internacional do Café (OIC). A entidade diz que o país é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Ademais, vale lembrar: o Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo, contribuindo significativamente para a economia do país. Regiões como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo são conhecidas pela qualidade de seus grãos. Nessas regiões, muitas propriedades rurais cultivam o café com técnicas que valorizam a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Isso não só garante a qualidade do produto, mas também proporciona um diferencial competitivo no mercado internacional.

Aumento de quase 40%

Contudo, apesar do consumo em alta, o preço do grão tem apresentado elevações constantes. Inclusive, esses aumentos vêm contribuindo para o aumento da inflação mês a mês. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2024, o valor do produto nas prateleiras dos supermercados em todo o país subiu 39,60%.

Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket.

Um levantamento realizado pela Ticket, marca da Edenred Brasil de Benefícios e Engajamento, identificou também aumento no valor da bebida pronta, consumida em restaurantes. Segundo a pesquisa + Valor, o preço médio do cafezinho em mais de 4,5 mil estabelecimentos pelo Brasil é de R$ 5,29. O valor representa uma alta de 12% em relação a 2023. Os vendedores comercializavam o produto em média por R$ 4,72 neste ano.

Por consequência, analisando esses últimos dez anos, houve aumento de 121% no preço da bebida.

Surpreendentemente, em 2014, o valor do cafezinho passado após o almoço em restaurantes era de R$ 2,39. Comparando com os últimos cinco anos, a elevação no preço foi de 55,5%. Em 2019, a pesquisa + Valor indicou que a bebida custava R$ 3,40.

“Em suma, o café é um importante complemento da refeição do brasileiro. Consequentemente, hoje ele representa 10% do valor total da refeição completa (R$ 51,61), que inclui também o prato, bebida e sobremesa. Esta pesquisa é fundamental para orientar os valores atribuídos pelas empresas aos benefícios de refeição de seus colaboradores”, afirma Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket.

Por que o café está cada vez mais caro?

Os aumentos nos preços do café são influenciados por diversos fatores, incluindo a oferta e a demanda, condições climáticas, custos de produção, e questões políticas e econômicas em países produtores. Condições climáticas adversas, como secas ou excesso de chuvas, podem afetar a quantidade de grãos disponíveis no mercado. Por exemplo, países como Brasil e Colômbia, que são importantes produtores, podem ver suas safras impactadas por fenômenos naturais, levando a uma redução na oferta e, consequentemente, o aumento dos preços.

Além disso, o custo de produção do café tem aumentado nos últimos anos, devido ao aumento nos preços de insumos, como fertilizantes e mão-de-obra. Isso pode resultar em uma margem de lucro mais apertada para os produtores, que são forçados a repassar os custos mais altos para o consumidor final.

Por fim, questões econômicas e políticas, como tarifas de importação e exportação, flutuações cambiais e instabilidade política nos países produtores, podem impactar o comércio do café e, portanto, seus preços no mercado internacional. Todos esses fatores, combinados, criam um cenário complexo que pode resultar em aumentos no preço do café que atingem consumidores ao redor do mundo.

O post O que está por trás do café cada vez mais caro? apareceu primeiro em Consumidor Moderno.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.