Preços do café seguem elevados enquanto próxima safra não chega ao mercado

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O preço do café no varejo deve permanecer em alta até que a nova safra seja colhida e disponibilizada, o que ocorre entre junho e julho. No entanto, o aumento também beneficia os produtores, que começam a recuperar parte dos prejuízos acumulados nos últimos ciclos.

De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), os preços do café no Paraná subiram significativamente. Entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, o preço médio por quilo saltou de R$ 13,59 para R$ 20,33, um aumento de 50%. Em janeiro de 2025, a alta continua, com dez pacotes custando R$ 230,22 no atacado, valor 10% superior ao registrado no final de 2024, mesmo sem incluir margens de lucro no varejo.

Apesar de o Paraná responder por menos de 2% da produção nacional, as projeções para a safra estadual são otimistas. Estima-se um crescimento de 6% em 2025, alcançando 42,7 mil toneladas em uma área de 25,5 mil hectares. Essa recuperação é reflexo das boas condições climáticas e desenvolvimento das lavouras, que prometem superar as 40,4 mil toneladas produzidas em 2024.

Para os cafeicultores, o cenário atual traz um alívio financeiro. A saca de 60 quilos de café beneficiado está cotada a R$ 2.190, um valor 11% superior ao de dezembro de 2024 (R$ 1.975,26) e 153% maior que os R$ 866,15 pagos em janeiro de 2024. No entanto, o analista do Deral, Carlos Hugo Godinho, destaca que o setor enfrentou anos difíceis, com uma redução de 44% na área plantada nos últimos dez anos, passando de 45,6 mil hectares para os 25,5 mil atuais.

Mesmo com o otimismo para os próximos meses, a recuperação total do setor depende de uma continuidade nas melhorias de preço e produtividade para assegurar um futuro mais estável para os cafeicultores.

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