Madri soma mais de 1 milhão de moradores latino-americanos

MADRID, 15 JAN (ANSA) – Mais de 1 milhão de pessoas de origem latino-americana residem em Madri, na Espanha, ou seja, praticamente um em cada sete habitantes da região, segundo o último censo do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado nesta quarta-feira (15).   

Os dados indicam que em 1º de janeiro de 2024 eram 1.038.671 cidadãos latino-americanos vivendo no território espanhol.   

O número se multiplicou nos últimos 25 anos, já que em 1999 os habitantes da comunidade autônoma nascidos em um dos 18 países da América espanhola eram apenas 81,5 mil pessoas, sendo a maioria procedente da Argentina, Cuba, Chile e Uruguai.   

Depois, nos cinco anos seguintes, com a crise econômica no Equador, dezenas de milhares de equatorianos, peruanos, bolivianos e dominicanos se uniram, chegando a 600 mil imigrantes de origem latino-americana em 2009.   

Este último número se manteve estável até 2017, quando começou a crise da segunda onda de imigração, principalmente de cidadãos da Venezuela, Colômbia e Peru.   

O estudo do INE também registra uma mudança socioeconômica no perfil dos recém-chegados, com alto percentual de muito ricos – 17% vivem em bairros ricos – e de estudantes universitários – 14,7 mil matriculados nas universidades de Madri.   

Os laços históricos, culturais e familiares que a América Latina compartilha com a Espanha levaram muitos a cruzar o Atlântico, em busca de novas oportunidades na Europa, não apenas em Madri, mas também na Catalunha, onde os 883.548 migrantes de origem latino-americana representam 43% do total, ou em Valência, onde os latinos são 37% dos 446.453 imigrantes.   

Isso se deve também à lei da Memória Democrática, conhecida como a “lei dos netos”, em vigor desde 22 de outubro de 2022, que permite a obtenção de passaporte a todos os nascidos fora do país que são filhos ou netos de espanhóis ou também de mãe ou avós de origem espanhola, que perderam a nacionalidade por terem sido exilados por motivos políticos, ideológicos, religiosos e de identidade sexual.   

A medida também inclui os filhos de mulheres que perderam a cidadania espanhola após se casarem com estrangeiros, antes da entrada em vigor da Constituição democrática em 1978. Os prazos para solicitação da nacionalidade espanhola previstos na lei foram prorrogados até outubro de 2025. (ANSA).   

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