E se a IA imitasse sua personalidade?

Imagine uma Inteligência Artificial (IA) que pudesse replicar sua personalidade com base em suas memórias, pensamentos e até em opiniões sobre política. Embora isso possa parecer como ficção científica, um estudo recente conduzido pela Stanford University e pelo Google DeepMind mostra que esse futuro já está começando a se tornar realidade.

A pesquisa, liderada por Joon Sung Park, doutorando em ciência da computação em Stanford, recrutou 1.000 participantes de diferentes idades, gêneros, raças e ideologias políticas. Com base em entrevistas qualitativas, os pesquisadores criaram agentes de IA que imitavam os indivíduos.

O resultado? 85% de semelhança com a personalidade dos participantes reais. Segundo Park isso abre novas possibilidades “Se você puder ter um bando de pequenos ‘vocês’ correndo por aí e realmente tomando as decisões que vocês teriam tomado, esse, eu acho, é o futuro”, diz à MIT Technology Review.

Métodos básicos

No entanto, os agentes de IA tiveram dificuldade em replicar humanos em tarefas mais complexas, como o “Jogo do Ditador”, um experimento comportamental que revela como valores como justiça e influência em decisões.

A ciência por trás do experimento

O estudo utilizou entrevistas profundas, com duração de até duas horas, para “destilar a singularidade” de cada indivíduo em uma linguagem compreensível pelos modelos de IA. Park destacou que esse método se mostrou eficiente para capturar nuances da personalidade. Isso porque percebeu o poder das entrevistas ao participar de vários podcasts após publicar um artigo em 2023 sobre agentes generativos, que atraiu muita atenção na área.

O pesquisador notou que, em apenas duas horas de entrevista, as pessoas conseguiam aprender bastante sobre ele. Para Park, esse formato é uma forma intensa de explorar a essência de alguém, o que o inspirou a usar entrevistas para treinar os agentes de IA.

“Duas horas podem ser muito poderosas. Após uma entrevista, senti como se as pessoas soubessem muito sobre mim”, relata.

Riscos e limitações

A pesquisa vem com ressalvas: assim como as tecnologias que geram imagens facilitaram a criação de deepfakes – vídeos falsos que imitam pessoas sem o seu consentimento e podem causar danos –, outras tecnologias de geração de agentes também trazem riscos. Elas permitem que qualquer pessoa crie ferramentas capazes de simular outras pessoas online, fazendo com que pareçam dizer ou autorizar coisas que na realidade nunca disseram ou aprovaram.

A pergunta é: será que estamos preparados para um mundo onde nossas próprias características possam ser simuladas por máquinas?

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