Sua profissão depende das redes sociais? Se sim, você pode estar em uma prisão

Recentemente, Mark Zuckerberg, CEO do Grupo Meta, anunciou que o serviço de checagem de fatos será descontinuado em suas principais plataformas: Facebook, Instagram e WhatsApp. A justificativa? Liberdade de expressão. Horas depois, o Ministério Público Federal do Brasil reagiu, exigindo esclarecimentos sobre a aplicação da medida no país. Embora o impacto político e social dessa decisão seja evidente, o foco aqui será outro: as implicações econômicas e de carreira profissional para aqueles que dependem diretamente dessas plataformas.

A pergunta central é simples: a sua profissão — ou sua principal fonte de renda — depende exclusivamente de alguma plataforma digital? Caso a resposta seja “sim”, é hora de repensar sua trajetória profissional.

A dependência que limita

Nos últimos anos, vimos a ascensão de profissões que dependem completamente de plataformas digitais: youtubers, gestores de tráfego de Instagram, influenciadores digitais, tiktokers, analistas de AWS, motoristas de aplicativos como Uber, entre outros. Embora essas carreiras tenham trazido inovações e novas oportunidades, elas também expõem uma grande vulnerabilidade. Quando uma plataforma muda suas regras, políticas ou algoritmos, toda uma cadeia de profissionais pode ser afetada — e, em muitos casos, de forma irreversível.

Isso contrasta com profissões mais tradicionais, como médicos, engenheiros, enfermeiros, programadores, DPOs e administradores de redes. Esses profissionais, embora possam utilizar ferramentas específicas, têm sua expertise baseada em tecnologias e técnicas que transcendem plataformas ou fabricantes. Eles possuem maior autonomia para se adaptar a mudanças no mercado, mantendo a essência de sua atuação.

O que aprendemos com isso?

A principal lição que podemos tirar desse cenário é a busca pela independência profissional. Dependência de plataformas ou fabricantes específicos limita seu potencial de crescimento e expõe sua carreira a riscos desnecessários.

Por exemplo, ao invés de se definir como “youtuber”, que tal adotar a identidade de videomaker? Em vez de “influenciador”, por que não “promotor de vendas”? Essas mudanças não são meramente semânticas — elas representam uma transição de mentalidade: de dependente para independente.

Além disso, é fundamental investir em habilidades que possam ser aplicadas de maneira ampla, independentemente de plataformas específicas. A diversificação das competências garante mais segurança em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e imprevisível.

O risco do conteúdo pobre

Essa reflexão também nos leva a outro ponto importante: a qualidade do conteúdo que consumimos e produzimos. Hoje, há uma enxurrada de conteúdos simplistas ou até mesmo irrelevantes, especialmente em redes sociais. Essa tendência é muito bem representada no filme “Idiocracia”, que retrata uma sociedade viciada em entretenimento raso.

A pergunta é: as pessoas que vivem exclusivamente de “fazer gracinhas” nas redes sociais conseguiriam migrar para outras plataformas ou até mesmo para a TV e manter sua relevância? Isso mostra como é importante construir uma carreira sólida, baseada em competências reais e não apenas na efemeridade do momento.

Duas dicas básicas para conquistar independência profissional

  1. Não se prenda a um único fabricante ou plataforma: amplie seu conhecimento e aprenda a trabalhar com diferentes ferramentas e tecnologias. Quanto maior a sua adaptabilidade, maior será sua segurança profissional.
  2. “Se a sua profissão depende de uma plataforma, você não tem uma profissão, você tem uma prisão.” Diversifique suas habilidades e posicione-se como um profissional capaz de atuar em diferentes cenários.

Assista ao vídeo abaixo em que comento com mais detalhes sobre esse tema:

 

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Uma publicação compartilhada por Prof. Davis Alves, Ph.D | LGPD (@davisalvesphd)

Reflexão final

A decisão do Grupo Meta de encerrar o serviço de checagem de fatos é um lembrete poderoso de que as plataformas digitais estão sujeitas a mudanças constantes, muitas vezes abruptas. O controle sobre essas plataformas está fora das mãos de seus usuários. Por isso, construir uma carreira profissional sólida e independente não é apenas uma escolha estratégica — é uma questão de sobrevivência.

Se você depende de uma plataforma para ganhar seu pão de cada dia, talvez seja hora de libertar sua carreira. Afinal, você quer uma profissão ou uma prisão?

Quer se aprofundar no assunto, tem alguma dúvida, comentário ou quer compartilhar sua experiência nesse tema? Escreva para mim no Instagram: @davisalvesphd.

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