Ator Mouhamed Harfouch estreia monólogo ‘Meu Remédio’, no Rio de Janeiro

Após o sucesso de três apresentações especiais em Juiz de Fora (MG), Mouhamed Harfouch leva seu monólogo ‘Meu Remédio’ para o Rio de Janeiro, que teve sua estreia nesta sexta-feira, 10 de janeiro, no Teatro Ipanema. Dirigido por João Fonseca, o espetáculo traz uma narrativa profundamente pessoal e emotiva, onde Harfouch mergulha na sua história de vida, lidando com temas como identidade, pertencimento e aceitação de sua própria história.

A peça é uma mistura de comédia e drama, resultado de um processo criativo íntimo que levou o artista a revisitar momentos de sua própria trajetória, especialmente sua relação com seu nome e sua herança cultural.

Com ‘Meu Remédio’, Mouhamed celebra 30 anos de carreira e transforma um projeto profundamente pessoal em uma expressão artística única, tanto no palco quanto fora dele.

O ator e cantor acumula mais de 40 produções teatrais em seu currículo, e uma carreira de destaque na TV, é bastante lembrado por suas performances em novelas como ‘Pé na Jaca’, ‘Amor à Vida’ e ‘Órfãos da Terra’, além de séries como ‘Rensga Hits’ e ‘Betinho – No Fio da Navalha’.

A trajetória do artista inclui também produções teatrais musicais como ‘Querido Evan Hansen’, vencedor do prêmio de Destaque Elenco no Prêmio Destaque Imprensa Digital 2024, e em ‘Ou Tudo ou Nada’, trabalho que lhe garantiu uma indicação ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2016.

Contudo, é agora, em “Meu Remédio”, que ele se reinventa, assumindo diversas funções e se desafiando na autoexposição. O espetáculo traz à tona questões do universo árabe, relembra episódios importantes que fizeram parte de sua jornada e revela, de forma sincera e orgânica, o impacto de suas escolhas em sua trajetória profissional e na vida pessoal.

“‘Meu Remédio’ nasce da minha vontade de entender e compartilhar a relação com o meu nome, com minha história de vida, com a mistura de culturas que carrego. Sou filho de imigrantes – sírios por parte de pai e portugueses por parte de mãe. Crescer com um nome tão emblemático em um Brasil dos anos 70, em que o preconceito e a dificuldade de aceitação eram muito presentes, não foi fácil”, explica o ator.

“A peça é uma comédia, mas carrega uma reflexão sobre aceitação e pertencimento, sobre entender que, muitas vezes, o maior remédio é aceitar quem somos”, complementa Harfouch, que busca, com o espetáculo, tocar o coração do público ao falar sobretudo, como cada ser é único e especial em sua individualidade, origem e essência.

Ator Mouhamed Harfouch

Ator Mouhamed Harfouch

A decisão de assumir a produção do monólogo, que é um dos maiores desafios da sua carreira, foi um passo corajoso. ‘Meu Remédio’ não é apenas uma obra autoral, mas também o reflexo de sua visão como criador.

“Já tinha produzido no começo da minha carreira, mas agora, com mais maturidade, me senti mais preparado para enfrentar esse desafio. Produzir e atuar ao mesmo tempo é uma tarefa árdua. A maior dificuldade foi lidar com as duas funções e ainda me manter fiel à ideia que queria transmitir. Mas, com o apoio de grandes amigos e parceiros como Tadeu Aguiar e Eduardo Bakr, senti que tínhamos força para fazer isso acontecer”, revela ele, que viu na soma de funções um grande desafio ao ter que equilibrar seu tempo entre o papel de ator e o de produtor.

Já a parceria com o diretor João Fonseca foi outro pilar fundamental para tirar o sonho do papel. Com vasta experiência à frente de obras biográficas, a exemplo dos Musicais sobre a vida de Tim Maia, Cazuza, Cássia Eller, Elvis Presley e Tom Jobim, a condução do criativo trouxe à cena a delicadeza necessária para que o espetáculo equilibrasse o tom de comédia e a profundidade emocional da história.

“João Fonseca é um amigo e um grande diretor. Ele segurou a minha barra de maneira sensível e honesta, e acreditou no meu projeto desde o início. Sem ele, não sei se teria conseguido fazer essa transição entre o autor e o ator de forma tão tranquila”, comenta ele sobre Fonseca, com quem repete a parceria afinada em ‘Homem de Lata’, monólogo online criado durante a pandemia.

Misturando elementos autobiográficos e ficcionais, a peça, que já na escolha do título faz referência a uma situação vivida com o seu nome de batismo – e que é explicada em cena -, apresenta um monólogo íntimo, costurado a algumas canções, entre hits e paródias, cantadas e tocadas ao vivo, marcando transições importantes da narrativa, onde o autor recria personagens que representam figuras significativas nas duas primeiras décadas da sua vida, mantendo, ao mesmo tempo, a privacidade de sua própria história.

Com uma abordagem sensível e profunda, a obra convida o público a refletir sobre a importância da autocompreensão e do existir de cada um. ‘Meu Remédio’ destaca como o nome, muitas vezes imposto, carrega histórias que conectam o indivíduo ao passado e iluminam seu futuro, e convida a todos a olhar para dentro, entender melhor a própria caminhada e perceber como a arte pode ser um remédio. Como ele mesmo diz: “Um nome nunca é só um nome. É uma jornada, fala dos que vieram e dos que virão. Poder enxergar melhor os caminhos de fora e nossos desejos é algo que me move. ‘Meu Remédio’ foi um ponto de partida, pois aceitar quem somos é curativo e a arte salva”.

Serviço:

Meu Remédio

Temporada: 10 de janeiro a 16 de fevereiro
Sessões: Quinta a Sábado 20h | Domingo 19h
Local: Teatro Ipanema Rubens Corrêa
Rua Prudente de Morais, 824 – Ipanema, Rio de Janeiro – 22420-040
Valor: R$80 inteira | R$40 meia-entrada
Duração: 75 minutos
Classificação: 10 anos
Vendas: Bilhetetia Local e site Eleven
Tickets neste link

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