Em live, Molion fala sobre previsões climáticas para Mato Grosso

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O meteorologista Luís Carlos Molion participou de uma live promovida pela Aprosoja Mato Grosso nesta semana, onde compartilhou suas previsões para o clima de Mato Grosso e também expôs sua visão sobre as tendências climáticas globais para os próximos anos. Molion fez uma análise detalhada das condições climáticas do Estado, destacando a situação do primeiro semestre de 2024, e apresentou uma perspectiva que desafia a narrativa de aquecimento global predominante na mídia.

De acordo com o meteorologista, o primeiro semestre de 2024 foi marcado por uma redução significativa das chuvas em diversas regiões de Mato Grosso, especialmente no norte do estado, como nas áreas de Nova Mutum e Sorriso. Em contraste, o sul do estado, em localidades como Diamantino, experimentou uma pequena variação, com chuvas 15% abaixo da média, mas ainda dentro de parâmetros aceitáveis. O impacto dessa redução de precipitação foi sentido principalmente na região do Pantanal e ao longo do Rio Paraguai, que enfrentaram seus níveis mais baixos de água desde 1964. Molion destacou a curiosidade de que eventos climáticos históricos, como o registrado em 1910, mostram que o desmatamento e o cultivo agrícola não têm impacto significativo na vazão dos rios.

Em relação à previsão para os próximos meses, Molion apontou que de janeiro a março de 2025, Mato Grosso deverá experimentar chuvas em torno da média histórica, com uma possível redução de 10% nas precipitações para algumas regiões, como Diamantino. No entanto, o cenário muda nos meses seguintes. De abril a junho de 2025, a expectativa é de chuvas mais intensas no norte do estado, Goiás e Tocantins, com acumulados próximos ou ligeiramente acima da média. Já de julho a setembro, a previsão é de uma nova redução nas chuvas, principalmente na região de Diamantino, onde se espera uma diminuição de até 40% nas precipitações.

Molion também trouxe uma visão diferenciada sobre o clima global. Em vez de se alinhar com as previsões de aquecimento global, ele argumentou que a tendência para os próximos 10 anos é de resfriamento global, contrariando a narrativa dominante sobre as mudanças climáticas. Ele observou que, apesar do aumento na emissão de gases de efeito estufa e da crescente industrialização desde o pós-guerra, as temperaturas globais podem seguir um ciclo natural de aquecimento e resfriamento, com um período de resfriamento aguardado até 2035. Segundo Molion, o ciclo climático segue padrões históricos de aproximadamente 30 anos de aquecimento seguidos por 30 anos de resfriamento, o que, de acordo com suas análises, sugere que o planeta deve experimentar uma fase mais fria nas próximas décadas.

El Niño

Sobre o fenômeno El Niño, Molion foi cauteloso. Embora a mídia tenha divulgado previsões de um El Niño forte, ele questionou a precisão dessas previsões e destacou que a principal região afetada pelo fenômeno seria a área do Ninho 3, próximo à América do Sul. Porém, segundo ele, a água na região está mais fria do que o esperado, o que indica que não devemos esperar grandes impactos no clima brasileiro em 2025.

Molion também abordou o impacto das frentes frias e da troca de massas de ar, explicando que o clima de 2024 pode ser influenciado pela circulação extratropical, com frentes frias vindo da Antártica e trazendo ar frio para o Brasil, o que poderia resultar em geadas precoces, especialmente no sul do país e em estados como Mato Grosso do Sul. Ele alertou que, se o padrão climático seguir sua trajetória, podemos observar eventos climáticos extremos, como geadas mais intensas, já no mês de maio.

Por fim, o meteorologista trouxe um alerta sobre a influência da mídia nas percepções do clima global, afirmando que os dados históricos e os ciclos naturais do clima nem sempre são levados em consideração. Ele sugeriu que, ao contrário do que muitos veículos de comunicação afirmam, a realidade do clima global pode ser bem diferente do que é amplamente divulgado.

Com base em sua análise, Molion se mostrou otimista quanto à capacidade do estado de Mato Grosso e do Brasil em se adaptar aos desafios climáticos que surgem, destacando que as previsões para 2025 não são tão alarmantes quanto a narrativa popular sugere.

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