Previsão climática alerta produtores de Mato Grosso sobre desafios na safra de 2025

chuva propriedade rural

O meteorologista Luiz Carlos Molion, em uma live promovida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), trouxe importantes reflexões sobre o clima e os desafios agrícolas previstos para os primeiros meses de 2025. O especialista destacou as diferenças nas condições climáticas entre as regiões sul e norte do estado, além de orientar os produtores a adotar uma postura cautelosa diante das incertezas.

A safra atual enfrentou um pequeno atraso no início do plantio devido à demora das chuvas em se estabilizarem. Os produtores plantaram numa janela bem concentrada dentro do mês de outubro, com poucas áreas entrando em novembro. Como consequência, isso levará a uma concentração de colheita no mês de fevereiro, período em que há previsão de chuvas acima da média.

Essa concentração na colheita deve impactar diretamente o plantio da segunda safra, especialmente do milho, na região sul do estado. Segundo o meteorologista, muitos produtores terão que realizar o plantio fora da janela ideal, estendendo as operações até o final de fevereiro ou início de março. Isso aumenta os riscos climáticos, uma vez que a região sul deve enfrentar uma redução no volume de chuvas a partir de abril, enquanto o norte do estado apresentará condições mais favoráveis, com chuvas regulares até maio.

Molion alertou para o impacto desse cenário no planejamento agrícola, recomendando que produtores da região sul avaliem a possibilidade de optar por culturas que demandem menos volume hídrico ou que adotem técnicas de conservação de água no solo.

O meteorologista enfatizou a importância de práticas como o enriquecimento do solo com matéria orgânica e o uso de cultivos que aprofundem as raízes. Ele citou como exemplo um produtor goiano, premiado por apresentar um sistema radicular de soja que alcançou 1,20 metro de profundidade. “Esse tipo de manejo é essencial para enfrentar as variações climáticas, garantindo maior resiliência às plantações”, concluiu.

A análise reforça que, diante das adversidades climáticas, a cautela e o planejamento são indispensáveis para a safra de 2025, especialmente em um cenário de mudanças imprevisíveis no regime de chuvas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.