Elon Musk pode comprar o TikTok? Como sempre, CALMA!

O TikTok está em vias de ser tecnicamente banido nos Estados Unidos, já que os membros da Suprema Corte se mostraram pouco propensos a dar ouvidos à empresa responsável pela rede social de vídeo curtos, que acusa a lei assinada pelo presidente Joe Biden de violar a Primeira Emenda.

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Dada a situação, o governo da China, que exerce influência sobre a matriz ByteDance, estaria, segundo rumores considerando uma alternativa radical, para não permitir que as operações do TikTok sejam prejudicadas nos EUA: vender a divisão americana para o bilionário Elon Musk, contrariando o desejo dos donos do app.

Para o governo chinês, Elon Musk seria uma "boia de salvação" para operações do TikTok nos EUA, mesmo com ByteDance sendo contra a venda do app (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Para o governo chinês, Elon Musk seria uma “boia de salvação” para operações do TikTok nos EUA, mesmo com ByteDance sendo contra a venda do app (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Antes de mais nada, o disclaimer: tudo deve ser tratado daqui por diante como rumores e dos bem rasteiros, dada a posição oficial, tanto de Pequim quanto do app, de não vender nada, e não aceitar o banhammer. Logo, mantenha os dois pés atrás.

Dito isso, sigamos.

Musk dono do TikTok e X? Improvável, mas…

Nesta terça-feira (14), vários sites, do Bloomberg ao Financial Times e The Wall Street Journal, afirmaram terem ouvido, de pelo menos duas fontes anônimas, que oficiais chineses estariam mais inclinados à ideia de vender o TikTok, uma das exigências da Lei para Proteger Americanos de Aplicativos Controlados por Nações Estrangeiras Adversárias, mais conhecida como “Lei anti-TikTok”, por ser escrita especificamente para bloquear o app.

Ela diz que aplicativos e softwares controlados por executivos de governos “adversários” dos EUA, a saber Rússia, China, Irã, Coreia do Norte, Cuba, e Venezuela, não podem operar no país, e os já presentes só têm uma opção, vender sua participação para uma empresa ou representante norte-americano. Do contrário, o app será considerado ilegal, e impedido de operar negócios com empresas locais.

Na prática, isso significa que a partir de 19 de janeiro de 2025, caso o TikTok não consiga convencer a Suprema Corte de barrar o ban, o app terá que ser removido das lojas digitais móveis do iPhone e Android, e a empresa não poderá distribuir atualizações para os que já o usam, o que faria com o que o app deixe de funcionar com o tempo.

A Lei não determina um bloqueio completo do serviço, ele continuaria acessível via navegador, mas o TikTok também não poderia trabalhar com nenhuma empresa dos EUA, como a Oracle, que fornece serviços de armazenamento na nuvem. Em última análise, a rede social teria problemas de operação nos EUA, mas os efeitos também seriam sentidos por usuários em outros países.

As acusações contra o TikTok, de que ele seria um app controlado pelo governo chinês, dizem que ele seria usado para coletar dados de usuários americanos, mas é preciso lembrar que as provas nunca foram apresentadas, o Congresso e o Departamento de Justiça usam a desculpa “em nome da Segurança Nacional”, que é muito difícil de ser combatida. Basicamente, é tudo na base do “confia”.

Claro, ninguém é santo nessa história, o TikTok admitiu que funcionários na China podem ler mensagens de usuários de fora.

Em caso de ban, TikTok deixaria de funcionar aos poucos (Créditos: Collabstr/Unsplash)

Em caso de ban, TikTok deixaria de funcionar aos poucos (Créditos: Collabstr/Unsplash)

O TikTok e a matriz ByteDance escalaram o caso para a Suprema Corte, por se recusar às duas condições impostas pela Lei, vender ou encarar o ban, mas a Suprema Corte não estaria nem um pouco propensa de ceder à empresa, e se alinha à justificativa da Segurança Nacional para justificar o bloqueio.

Com isso, as fontes ouvidas afirmam que oficiais do governo da China teriam entendido que, melhor do que perder um mercado gigante, é preferível entregar parte do controle a um representante americano, de preferência com contatos razoáveis com o país e com o presidente Donald Trump, que volta à Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2025, onde as condições poderiam ser melhor negociadas. E no momento, Elon Musk seria o candidato ideal.

O dono do X poderia assumir as operações, ou agir como um intermediário e encontrar um comprador local, o que for mais simples para a China, mesmo com o TikTok e a ByteDance sendo contra a venda. No primeiro cenário, ele poderia fundir a rede social com o X, que ele já manifestou desejar torná-lo mais próximo do rival.

Os motivos seriam simples: primeiro, Musk tem dinheiro suficiente, ou ao menos o poder de convencimento para reunir capital de investidores, para comprar o TikTok; segundo, sua proximidade com Trump renderia uma melhor negociação para minimizar os efeitos da lei, ao mesmo tempo que o executivo tem laços com Pequim, principalmente devido aos negócios da Tesla.

Claro, ninguém confirma nem nega. Michael Hughes, porta-voz do app, chamou a proposta de “pura ficção”; nem o X ou Musk, ou a Embaixada da China nos EUA, se pronunciaram a respeito. Oficialmente, a empresa irá lutar até o fim na Suprema Corte para reverter o ban, o que parece cada vez menos provável de acontecer.

Por outro lado, uma fusão entre as operações do X e do TikTok tornaria a empresa resultante uma gigante do setor, no mesmo patamar de Apple, Google, e Meta, e o escrutínio contra a plataforma por parte de regulares aumentaria. Por exemplo, a matriz chinesa ByteDance é uma das companhias gatekeepers sob a Lei de Mercados Digitais (DMA) da União Europeia, e no caso de uma compra, o popular site de microblogs™muito provavelmente entraria na mesma classificação, ficando sujeito às regras mais rígidas do bloco.

De novo, considere as informações sobre uma possível venda do TikTok para Elon Musk como não mais do que especulações; a única coisa concreta até o momento, o app continuará lutando para não ser banido nos EUA, e até lá, as coisas podem, ou não, mudar.

Fonte: Bloomberg, Financial Times, The Wall Street Journal

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