Protestos contra Maduro deixam mortos e feridos na Venezuela

De acordo com dados da ONG Foro Penal, 132 manifestantes foram presos; O governo de Maduro não divulgou números oficiais sobre o protesto.

Desde os resultados das eleições na Venezuela nesta segunda-feira (29), os venezuelanos saíram às ruas para protestar contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Segundo a organização não governamental (ONG) Foro Penal, ao menos 6 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante as manifestações.

Imagens de panelaços, ruas e estações policiais incendiadas, além de manifestantes machucados e mortos, estão sendo compartilhadas nas redes sociais. A ONG, que atualizou seus dados nesta terça-feira (30), afirma que 132 pessoas foram presas nos protestos. O governo do país não divulgou, até o momento, dados oficiais de mortos e feridos.

As manifestações começaram depois que o Colégio Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano declarou a vitória de Maduro, com 51% dos votos. Seu maior opositor, Edmundo González Urrutia, teria recebido 44% dos votos, segundo a autoridade eleitoral venezuelana.

O Observatório de Conflitos da Venezuela registrou 187 protestos em 20 estados do país até o final da segunda-feira. Também relatou forte repressão de grupos paramilitares e forças de segurança. A ONG fez um apelo nas redes sociais para que as autoridades garantissem o direito à manifestação pacífica.

Veja imagens dos protestos:

 

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Oposição contesta resultados eleitorais

Liderada por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer à presidência pela Justiça local, a oposição afirma que os 73% dos votos apurados a que teve acesso mostram González Urrutia com mais do que o dobro dos votos de Maduro. Pesquisadores independentes também lançaram dúvidas sobre os resultados e pediram verificação da contagem dos votos. Países da América Latina, como o Chile, a Argentina e o Peru, não reconheceram a vitória do presidente.

“O povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exige total transparência dos resultados e do processo, e que os observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas da veracidade dos resultados”, afirmou Gabriel Boric, presidente do Chile, através de suas redes sociais.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que se reunirá nesta quarta-feira (31), em Washington, nos Estados Unidos, para discutir o resultado do processo eleitoral na Venezuela.

Enquanto isso, novas manifestações estão programadas. No X, Machado convocou o povo venezuelano a sair às ruas nesta terça-feira (30). O protesto teve início em frente ao prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), em Caracas.

O que diz Nicolás Maduro?

Em transmissão ao vivo do palácio presidencial, na segunda-feira, Maduro disse que as forças de segurança agiam contra “manifestantes violentos”. “Temos acompanhado todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita. Já vimos esse filme. Então, mais uma vez, com a união civil, militar e policial, estamos agindo. Já sabemos como eles operam”, afirmou. As cúpulas das Forças Armadas apoiam o presidente.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou no X contra uma repetição das “situações terríveis de 2014, 2017 e 2019”, quando manifestantes anti-governo saíram às ruas e centenas foram mortos. Segundo o ministro, até a noite de segunda-feira, 23 militares ficaram feridos nos atos.

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