Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, anunciou nesta terça-feira, 1º, dois novos nomes para seu hipotético secretariado em caso de eleição.
— Patricia Borges, para o Esporte;
— Selene Nunes, para a Gestão e Responsabilidade Fiscal.
Em coletiva de imprensa, o empresário buscou destacar a escolha de duas mulheres e aventou a possibilidade de ter “maioria feminina” no governo. No debate de segunda-feira, 30, Marçal afirmou, em resposta a Tabata Amaral (PSB), que mulheres que são “inteligentes” não votam em outras mulheres.
Ainda voltou a afirmar que “teve de falar” coisas que não desejava para ganhar espaço na disputa eleitoral, prometeu criar a secretaria de “empresarização” e buscou associar os anúncios à demonstração de governabilidade.
Quem são as anunciadas
Ex-jogadora e treinadora de vôlei, Borges é candidata a vereadora pelo União Brasil em São José dos Campos e, para assumir o Esporte na capital, terá de abrir mão do cargo caso seja eleita e Marçal também. “Você vê adolescentes dançando funk, bebendo, se drogando, o esporte pode tirar eles disso”, afirmou na coletiva.
Em suas redes sociais, há publicações demonstrando apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cabos eleitorais de Ricardo Nunes (MDB), a sua candidatura no interior do estado.

Selene era secretária da Fazenda de Goiás, no governo de Ronaldo Caiado (União Brasil), até maio. Também passou pelo Tesouro Nacional e, na mesma linha do anúncio de Marcos Cintra na última semana, sinaliza a setores do mercado que avalizam o discurso da austeridade fiscal.
As duas se juntam a, além de Cintra, os anteriormente anunciados Wilson Pollara, para a Saúde, e Filipe Sabará, sem pasta definida. Ambos foram secretários de João Doria na prefeitura.

Sinais da campanha
Em reta final para o primeiro turno, Marçal trocou agendas de rua que ocorreriam na periferia por um anúncio à imprensa — sem “corpo a corpo” com eleitores — em região nobre da zona oeste da cidade. O mesmo edifício abrigou uma coletiva de Doria durante a campanha eleitoral de 2018, quando o ex-tucano se elegeu governador do estado.
Assumindo o que chama de “arquétipo de prefeito”, o candidato do PRTB fez alterações também na estrutura das agendas, que agora têm uma mesa de entrevistas e um painel digital com emblemas digitais da candidatura.
Ainda assim, é atípica na comparação com outras campanhas a circulação de assessores e produtores de vídeo da equipe do candidato — a maior parte usa um boné com a letra “M” e faz vídeos de quase tudo. Em cena que se repete, o contingente ocupou os assentos e quase superou a quantidade de repórteres e cinegrafistas que cobriam a coletiva.
Os integrantes “políticos”, que neste caso atendem pelos nomes de Wilson Pedroso e Filipe Sabará, marqueteiro e coordenador do plano de governo do ex-coach, respectivamente, circulam pouco. Nesta terça, coube ao vereador Rubinho Nunes (União), que abriu mão de apoiar o atual prefeito e abraçou Marçal — mas não integra oficialmente a campanha — exercer o “papel político” da agenda.