União Brasil transfere decisão por apoio a Nunes para agosto

A executiva municipal do União Brasil adiou a decisão sobre o apoio do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em meio às desavenças sobre a composição da chapa. A decisão foi tomada neste sábado, 20, durante a convenção do partido.

Nas últimas semanas, Nunes e o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil), entraram em embate após o partido pedir maior participação no possível próximo governo. A legenda ainda se mostrou incomodada com a indicação de Ricardo Mello Araújo (PL) na vice do emedebista, por entender que teria dificuldades com a periferia.

Leite e Nunes se reuniram na sexta-feira, 19, e tiveram 90% das diferenças resolvidas. De acordo com o presidente da Câmara, alguns acordos ainda precisam ser estabelecidos. Entre elas está a criação das secretárias de Defesa dos Animais e de Proteção aos Mananciais.

“A relação com o prefeito melhorou muito, mas ainda está em discussão pequenos pontos que vamos dirimir”, afirmou.

“O União quer a criação de uma secretaria de proteção aos mananciais. Estamos exigindo essa pauta dele. Queremos ainda a secretária de defesa dos animais. Ainda que não fique com o União Brasil, mas queremos a criação dessas secretarias”, concluiu Leite.

Além das secretarias, o União Brasil mira a presidência da Câmara dos Vereadores. A legenda já conta com o apoio do PL, com quem negociou em troca de recuar a disputa pela vice de Ricardo Nunes.

Milton afirmou que quer uma coalizão aos moldes europeus e, ao pedir respeito do MDB, disse que o União Brasil corresponde a 8% dos votos.

“Nós sabemos que na urna, no dia da eleição, o União Brasil tem 8% dos votos. Isso decide a eleição em São Paulo”, disse, em recado a Ricardo Nunes.

Aos jornalistas, ele não descartou a possibilidade de candidatura própria do partido, com ele ou deputado federal Kim Kataguiri disputando o posto. Nos últimos dias, membros da cúpula do União alçaram Milton Leite a pré-candidato na tentativa de pressionar Nunes. Uma foto do vereador com um banner de prefeito repercutir nos grupos do partido.

“O que pode é que tenhamos uma candidatura própria. Eu não tenho essa gana de ser, mas o Kim [Kataguiri] até lançou um plano de governo”, declarou.

Questionado sobre Pablo Marçal (PRTB), Leite não descartou apoio, mas admitiu preferir lançar candidatura própria neste caso.

“Se formos para uma disputa neste campo dos 10%, preferimos uma candidatura própria”, ressaltou o vereador.

Na convenção, os membros da executiva, vereadores e deputados deram poder a executiva municipal a decisão sobre o apoio à prefeitura. O partido também confirmou uma chapa de 56 vereadores para as eleições deste ano.

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