Hoje, dia 17 de março, seria aniversário da nossa eterna Pimentinha, uma das maiores vozes de todos os tempos completaria 80 anos. E, para celebrar sua existência, relembramos as 15 maiores canções na voz de Elis Regina.
Sobre Elis Regina
Nascida em Porto Alegre, Elis Regina começou a carreira influenciada pelas cantoras do rádio, como Emilinha Borba e Ângela Maria, sua maior fonte de inspiração. Foi também no rádio que ela começou a se apresentar profissionalmente e foi descoberta, como um talento nato, por sua primeira gravadora. Aos 16 anos, gravou seu primeiro disco.
Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a se apresentar em programas de TV, no famoso Beco das Garrafas e também nos festivais de música brasileira.
Sua interpretação avassaladora de “Arrastão”, canção de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, venceu o 1º Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em 1965, e entrou para a história como uma das melhores performances já vistas.
Depois disso, comandou, ao lado de Jair Rodrigues, o famoso programa “O Fino da Bossa”, na TV Record, que rendeu a gravação de três discos consagrados. Um deles, “Dois na Bossa”, foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias.
Em 1975, o show “Falso Brilhante”,protagonizado por Elis, tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo da carreira da cantora.
Aclamada nacional e internacionalmente, era dona de uma vasta inteligência musical e de uma versatilidade que a permitia transitar de clássicos da MPB ao samba, da bossa nova ao jazz, do rock’n roll aos boleros. Tudo ganhava interpretações extraordinárias na voz de Elis Regina.
A Pimentinha, como era conhecida por sua personalidade forte – apesar da pouca altura – gravou nomes como Adoniran Barbosa, Tom Jobim, Edu Lobo, Milton Nascimento, Belchior, Ivan Lins, Tim Maia e Aldir Blanc, tendo ajudado a lançar muitos desses nomes, divulgando suas obras por meio da sua interpretação única e sofisticada.
Elis Regina foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como um instrumento na Ordem dos Músicos do Brasil. Trazia teatralidade para as canções. Conseguia ser doce, agressiva, introspectiva, de acordo com o que a música pedia. A emoção aflorava a ponto de ela chorar no meio da canção, como na sua interpretação inesquecível de “Atrás da Porta”, de Chico Buarque e Francis Hime.
Elis Regina é, para muitos, a maior voz da nossa música popular brasileira de todos os tempos. Ela nos deixou muito cedo, em janeiro de 1982, com apenas 36 anos. A morte precoce de Elis causou grande comoção no país inteiro. Mas a sua pouca idade não a impediu de transformar a história da música brasileira para sempre.
Além de ser também reconhecida como uma das maiores cantoras do mundo, Elis nos deixou um legado que vai além de sua voz primorosa, afinação impecável e interpretação magistral. Nos deixou também três filhos talentosíssimos, que perpetuam a sua história até os dias de hoje: Maria Rita, Pedro Marianoe João Marcelo Bôscoli.
Hoje, para homenageá-la no dia em que a cantora completaria 80 anos, nós selecionamos as 15 maiores canções na voz de Elis Regina, além das duas que já citamos, com base nas música mais tocadas ou buscadas nas plataformas e também em músicas que – para nós – são primorosas na voz da eterna Pimentinha!
As 15 maiores canções na voz de Elis Regina
1 – Como Nossos Pais (Belchior, 1976)
Considerada um dos maiores clássicos da música brasileira e gravada por Elis Regina em 1976, “Como Nossos Pais” foi lançada no mesmo ano pelo seu compositor, o cearense Belchior, no seu segundo álbum de estúdio, “Alucinação”.
A versão de Elis é um sucesso estrondoso e entrou para o antológico álbum “Falso Brilhante”, que deu nome a um importante espetáculo musical apresentado pela cantora de 1975 a 1977 e que contava sua história, vida e carreira, sem deixar de lado as críticas à ditadura militar brasileira.
Composta pelo grande poeta que era Belchior, em meio à ditadura, a canção retrata a desilusão de uma juventude reprimida, mas também fala de esperança e luta por mudanças e também sobre os conflitos de gerações.
2 – Águas De Março (Tom Jobim, 1974)
“Águas de Março” foi lançada originalmente por seu compositor, o maestro Tom Jobim, como lado A de um compacto encartado no jornal “O Pasquim”, em maio de 1972. Chamado “Disco de Bolso, o Tom de Jobim e o Tal de João Bosco”, trazia ainda no lado B a canção “Agnus Sei”, estreia de João Bosco (e uma parceria com Aldir Blanc).
No mesmo ano, Elis Regina incluiu a canção no seu disco “Elis”. Depois, “Águas de Março” foi lançada por Tom Jobim, como a primeira faixa do LP “Matita Perê”.
Em janeiro de 74, um encontro entre os gigantes Elis Regina e Tom Jobim, em Los Angeles, resultou em uma obra-prima, o álbum “Elis & Tom”, com 14 faixas, entre elas a antológica “Águas de Março”.
O álbumfoi um sucesso de crítica e de vendas – muito por conta de “Águas de Março” – e até hoje é presença obrigatória em qualquer lista de melhores discos da história da música brasileira.
3 – Tiro Ao Álvaro (Adoniran Barbosa, 1980)
“Tiro ao Álvaro” é uma canção gravada por Elis Regina em dueto com um de seus compositores, Adoniran Barbosa, e lançada em 1980, no último álbum de estúdio da cantora, “Elis”.
A faixa foi composta por Adoniran e Osvaldo Moles em 1960, mas foi censurada pela ditadura militar em sua tentativa de lançamento em 1973, por conter uma letra humorística com palavras propositadamente incorretas. É uma canção do típico samba paulista de Adoniran Barbosa.
O título da canção se refere ao esporte de tiro ao alvo. Durante a ditadura militar, pessoas que contrariavam o regime eram consideradas “alvos”. Adoniran Barbosa, para evitar ser censurado, substituiu o termo pelo nome Álvaro.
Mesmo assim, a canção foi censurada com a justificativa de que a “falta de gosto impede a liberação da letra”, graças a certas palavras escritas com ortografias “marginais” à norma-padrão da língua, como “frechada”, “táubua”, “automorve” e “revorve” no lugar de “flechada”, “tábua”, “automóvel” e “revólver”, respectivamente.
4 – O Bêbado e A Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc, 1979)
Nós já contamos a história da música “O Bêbado e a Equilibrista”, outra das músicas mais importantes da nossa história, aqui.
Elis gravou a composição de João Bosco e Aldir Blanc em seu álbum “Elis, Essa Mulher”, de 1979. Clique para conferir a história completa.
5 – Maria, Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1980)
“Maria, Maria” é outra música sobre a qual já contamos a história detalhada aqui no nosso site, e vale a pena conferir!
A belíssima composição de Milton Nascimento e Fernando Brant foi gravada por Elis Regina – intérprete favorita de Milton – em 1980, um ano depois de Bituca tê-la lançado no álbum “Clube da Esquina 2”.
6 – Romaria (Renato Teixeira, 1977)
Também já contamos a história por trás da música “Romaria”, canção de Renato Teixeira, interpretada brilhantemente por Elis Regina em seu álbum “Elis”, de 1977.
Foi a Pimentinha quem lançou a canção de Renato, que depois a gravou no álbum “Romaria”, de 1978. Vale a pena conferir essa história!
7 – Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, 1970)
Tudo o que Elis Regina gravava ficava grandioso e inesquecível. Foi assim também com “Madalena”, composição de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, lançada por Ivan e Elis no mesmo ano: 1970.
“Madalena”, canção sobre a qual também já contamos a história aqui, foi gravada por Ivan Lins no álbum “Agora” e – no mesmo ano – foi interpretada por Elis Regina na trilha da novela “A Próxima Atração”, da Rede Globo. Depois, Elis a incluiu no seu álbum “Ela”, de 1971.
8 – Só Tinha De Ser Com Você (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, 1974)
A canção “Só Tinha de Ser com Você” foi composta por Tom Jobim em parceria com Aloysio de Oliveira e lançada em 1964, no álbum “Caymmi visita Tom”, de Tom Jobim e Dorival Caymmi.
10 anos depois, em 1974, quando Elis Regina e Tom Jobim se reuniram para o antológico álbum “Elis & Tom”, incluíram a canção entre as faixas, interpretada apenas por Elis.
9 – Alô! Alô! Marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980)
“Alô Alô Marciano” é uma composição deRita Lee e Roberto de Carvalho, lançada por Elis Regina, em seu disco “Saudade do Brasil”, de 1980. A música foi um pedido de Elis para o casal, pois a Pimentinha queria uma música diferente de seu habitual repertório, e algo que tivesse o estilo, a personalidade e a identidade musical de Rita e Roberto.
Nós contamos a história completa de “Alô, Alô Marciano” em uma matéria especial aqui no site da Novabrasil. Confira!
Anos depois, em 1991, Rita incluiu a música em seu álbum “Rita Lee em Bossa’n Roll – Ao Vivo”.
10 – Fascinação (versão de Armando Louzada para a canção “Fascination”, de Fermo Dante Marchetti e Maurice de Féraudy, 1976)
Um dos maiores sucessos da carreira Elis, a música “Fascinação” (versão de Armando Louzada para a canção “Fascination”, de Fermo Dante Marchetti e Maurice de Féraudy) também faz parte do disco “Falso Brilhante”, de 1976.
A primeira gravação dessa música é do cantor Carlos Galhardo, em 1943. A versão de Elis é um imenso sucesso.
11 – Casa No Campo (Tavito e Zé Rodrix, 1972)
Nós também já contamos a história de “Casa no Campo” aqui no nosso site. A canção foi composta por Tavito e Zé Rodrix e lançada por Elis Regina com muito sucesso, no álbum “Elis”, de 1972.
12 – Velha Roupa Colorida (Belchior, 1976)
Outra composição de Belchior que foi um tremendo sucesso na voz de Elis Regina, que fala sobre ditadura e que foi lançada pelo poeta cearense no disco “Alucinação” e pela cantora gaúcha no álbum “Falso Brilhante”, ambos de 1976.
13 – Redescobrir (Gonzaguinha, 1980)
Outra música de um grande compositor brasileiro lançada por Elis Regina no álbum “Saudade do Brasil”, de 1980. Dessa vez é Gonzaguinha e a maravilhosa e emocionante canção “Redescobrir”.
No ano seguinte, Gonzaguinha gravou a canção no seu álbum “Coisa Mais Maior de Grande”.
14 – Aprendendo a Jogar (Guilherme Arantes, 1980)
O clássico “Aprendendo a Jogar”, composição de Guilherme Arantes, foi lançado por Elis Regina no último álbum da cantora em vida, “Elis”, de 1980.
Depois, o autor da canção, gravou “Aprendendo a Jogar” no álbum “Meu Mundo e Tudo Mais Ao Vivo”, de 1991.
15 – Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) (Baden Powell e Paulo César Pinheiro, 1970)
A icônica “Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá)” foi composta por Baden Powell e Paulo César Pinheiro e lançada por Elis Regina no álbum “Em Pleno Verão”, de 1970, mesmo ano em que Baden Powell lançava a canção na França e Alemanha.
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