Israel convocará ultraortodoxos para Forças Armadas

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O governo de Israel anunciou irá começar a convocar jovens ultraortodoxos para prestar serviço militar a partir do próximo domingo (21). A decisão, entretanto, pode enfraquecer o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, já que o grupo representa 16% da população do território.

Com o aval do Supremo Tribunal de Israel, homens ultraortodoxos serão inclusos no recrutamento. Até então, por acordos políticos, eles eram isentos do serviço militar. A convocação costuma ser obrigatória para a maioria dos homens judeus, fato que gerou certo ressentimento entre a população geral após mais de nove meses de guerra.

A convocação das Forças Armadas dura meses, e o alistamento pode atrasar se grande parte dos selecionados se recusarem a cumprir com o processo. O Exército ainda não informou quando espera que os ultraortodoxos comecem a servir ou quantos pretende alistar.

O Tribunal argumentou que o sistema de isenções era discriminatório. Isso porque homens religiosos poderiam estudar em seminários judaicos enquanto os outros eram forçados a servir nas Forças de Defesa de Israel (FDI). Por outro lado, líderes ultraortodoxos rebatem que o estudo é igualmente importante ao futuro de país, já que o alistamento pode representar uma ameaça ao seu modo de vida.

Netanyahu pode ficar instabilizado

A coalizão que sustenta Netanyahu pode ser comprometida com o alistamento de ultraortodoxos. Parte da sua base é religiosa, e contrária a mudanças no sistema. Dessa forma, se os líderes de partidos ultraortodoxos abandonarem o primeiro-ministro, seu governo poderá cair, desencadeando eleições dois anos antes do previsto.

Tentativas anteriores de incluir homens religiosos no alistamento foram recebidas com protestos em massa. Nesta terça-feira, por exemplo, centenas de homens bloquearam uma estrada principal na cidade de Bnei Brak, perto de Tel Aviv. Policiais arrasaram os manifestantes para dispersá-los, e prenderam nove pessoas.

“O exército não é um exército para lutar. É um exército com doutrinação”, afirmou um manifestante. “Portanto, nossos filhos, nossos meninos – e eu tenho um filho aqui – não irão para o exército, nem por um minuto.”

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