Deportações em massa no governo Trump não ocorrerão de imediato, avaliam diplomatas

Apesar da expectativa gerada em torno da posse de Donald Trump nesta segunda-feira, 20, diplomatas da cúpula do Itamaraty avaliam como improvável a realização de deportações em massa imediatamente. Medidas na monta do que foi prometido por Trump na campanha requerem planejamento e preparo, não sendo factível que aconteçam hoje ou amanhã.

“A deportação de milhões de pessoas não ocorre da noite para o dia. O que pode acontecer são ações pontuais, com maior visibilidade e cobertura midiática, mas nada na escala prometida em campanha”, comentou um embaixador à coluna sob condição de anonimato.

As declarações ocorrem em meio à crescente preocupação dos países latino-americanos com o tema. Na quinta-feira, 16, e na sexta-feira, 17, o governo brasileiro participou de um encontro multilateral sobre Mobilidade Humana na Rota Norte, na Cidade do México, que reuniu, além do país organizador, representantes de Belize, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá e Venezuela. Sem citar os Estados Unidos, os países expressaram “séria preocupação” com os possíveis deportações em massa.

A deportação em massa foi uma das promessas de campanha mais polêmicas de Trump, amplamente apoiada por 55% dos americanos, conforme pesquisa do New York Times em parceria com o instituto Ipsos e divulgada no sábado, 18. Contudo, a concretização dessa promessa enfrenta desafios práticos e jurídicos significativos, além de resistência de setores da sociedade civil e de líderes estaduais.

Em nota publicada no fim de semana, o Itamaraty reafirmou seu compromisso em monitorar de perto a situação e prestar assistência a cidadãos brasileiros. Embora o comunicado não faça menção direta ao novo governo americano, a preocupação com os impactos das políticas de Trump é evidente.

Encontro com Mike Waltz

A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, já esteve com o escolhido para ser conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Mike Waltz. Viotti representará o Brasil no evento, nesta segunda-feira, 20.

O encontro foi em dezembro, em um evento onde estavam diversos embaixadores. A conversa de Viotti e Waltz foi rápida. O americano demonstrou interesse no Brasil e em dialogar com o país. Waltz é marido de Julia Nesheiwat, que ocupou o mesmo cargo durante o primeiro mandato de Trump. É um veterano de guerra e crítico da China, país que a gestão Trump quer manter distante de suas áreas de influência, a exemplo da América Latina.

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