20 anos sem Bezerra da Silva: 20 curiosidades sobre o sambista

Há 20 anos, no dia de hoje – 17 de janeiro – o Brasil perdia um dos seus principais expoentes do samba, aos 77 anos de idade: Bezerra da Silva. Por isso, nesta data especial, o site da Novabrasil traz para 10 curiosidades sobre o artista.

Em seus quase 50 anos de carreira, o cantor, compositor, violonista e percussionista pernambucano, dos gêneros musicais coco e samba – em especial de partido-alto – cantou de forma magistral sobre o abismo social das favelas, dos morros e da população marginalizada e vendeu mais de três milhões de discos, mas nunca foi reconhecido o bastante pelo mainstream. 

20 curiosidades sobre o grande Bezerra da Silva, um dos principais expoentes do samba

1 – Estudou violão clássico e passou 8 anos tocando na orquestra da Rede Globo

Estudou violão clássico por oito anos e passou outros oito anos tocando na orquestra da Rede Globo, sendo um dos poucos partideiros que lia partituras. Na primeira metade da década de 1960, também fez parte da orquestra da gravadora Copacabana Discos, que acompanhava vários artistas de renome.

2 – Morou por anos nas ruas no Rio de Janeiro

Viveu muitos anos à margem da sociedade, passando por diversas dificuldades, até lançar o seu primeiro disco, aos 48 anos. Nascido em família muito pobre, o pai abandonou a mãe ainda grávida. Aos 15 anos viajou de Recife para o Rio de Janeiro em um navio que carregava açúcar, apenas com a roupa do corpo.

Passou a trabalhar na construção civil e a morar na obra em que trabalhava, até mudar-se para um barraco no Morro do Cantagalo. Tornou-se boêmio e malandro, foi detido pela polícia mais de 20 vezes, ficou desempregado e chegou a morar por anos nas ruas do Rio, até ser acolhido por um terreiro de umbanda, onde descobriu sua mediunidade e soube que o seu destino era a música.

3 – Jackson do Pandeiro foi o primeiro a lançar uma música sua

O primeiro a lançar uma música sua foi seu grande parceiro Jackson do Pandeiro, em seu disco de estreia, em 1959. Mas Bezerra só viria a gravar um disco próprio muitos anos depois, em 1975: O Rei do Coco.

Capa do álbum “Rei do Côco”, de Bezerra da Silva (1975) | Foto: Divulgação.

4 – Em quase 50 anos de carreira, lançou 28 álbuns 

Em seus quase 50 anos de carreira, teve 28 álbuns lançados que, somados, venderam mais de três milhões de cópias, ganhando 11 discos de ouro, três de platina e um de platina duplo.

5 – Marcelo D2 gravou um disco inteiro em homenagem à Bezerra da Silva

No fim de sua vida participou de canções com Planet Hemp, Rappin’ Hood, O Rappa e outros nomes da música brasileira da atualidade na época. Marcelo D2 gravou um disco inteiro em homenagem à Bezerra da Silva, em 2010.

6 – Apelidado de “Embaixador dos Morros”
Bezerra da Silva era carinhosamente chamado de “Embaixador dos Morros” por representar, com autenticidade, a realidade das comunidades cariocas em suas músicas. Ele dava voz aos trabalhadores, boêmios e moradores das favelas, sempre retratando seus desafios e esperanças.

7 – Popularizou o “Partido Alto” com humor e crítica social
Suas músicas misturavam o ritmo do partido alto com letras que usavam humor e ironia para criticar a corrupção, as desigualdades sociais e as injustiças do sistema. Ele tornou esse subgênero do samba mais acessível e reconhecido pelo grande público.

8 – Defensor da cultura popular
Bezerra valorizava as composições de artistas anônimos das comunidades. Muitos dos seus sucessos eram de autores desconhecidos, que ele ajudava a divulgar. Sua ética era garantir que esses compositores recebessem crédito e reconhecimento.

9 – Inspiração para artistas internacionais
A música de Bezerra da Silva ultrapassou as fronteiras brasileiras e influenciou artistas estrangeiros que estudavam a cultura do samba. Sua autenticidade e mensagem impactaram até DJs e produtores de música eletrônica que usaram trechos de suas canções em projetos internacionais.

10 – Atuação como médium em terreiros de umbanda
Além de músico, Bezerra da Silva era praticante da umbanda e atuava como médium. Ele acreditava que sua mediunidade era parte de sua missão na música, transmitindo mensagens espirituais e sociais por meio de suas composições.

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